quarta-feira, 7 de setembro de 2016

INCLUSIVASS no 44º Festival de Cinema de Gramado (RS): conquistando espaços de acessibilidade


#pracegover: reprodução de página do jornal Correio do Povo de Porto Alegre (RS). Caderno de Sábado, 3 de setembro de 2016. Festival de Cinema: Os avanços em Gramado. Texto ocupa quatro colunas, é assinado por Adriana Androvandi e é ilustrado por foto em que aparece Carol Santos e Karine Emerich na frente de um cartaz onde se lê a palavra CINEMA.


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Acesse AQUI fotos da participação de Carolina Santos na Mostra de Curtas e da participação de Josiane França na sessão de audiodescrição do Festival de Cinema de Gramado

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Confira abaixo o texto sobre participação do filme "Carol" no Festival de Cinema de Gramado publicado na versão online do jornal Correio do Povo:





Festival de Gramado registra avanços na acessibilidade
Debates sobre inclusão também ganharam espaço na programação

Adriana Androvandi
         

A atenção com portadores de necessidades especiais foi um ponto positivo do 44º Festival de Cinema de Gramado, que termina neste sábado. Isso pôde ser visto na apresentação do curta-metragem "Carol", de Mirela Kruel. A protagonista do documentário, Carol Santos, conta sua história no filme e esteve presente no festival.

Ela foi vítima da violência de um namorado, que, inconformado com o término do relacionamento, atirou em Carol, fazendo que ela perdesse o movimento das pernas. Para subir ao palco e falar do filme, ao lado da produtora Karine Emerich, foi colocada para Carol uma rampa motorizada. "Foi uma grande surpresa o tratamento que recebi. Um mês antes do início do Festival, entraram em contato comigo para saber quais as minhas necessidades. Colocaram um elevador adaptado para que eu subisse ao palco. Foi muito importante para mim, pois imagine o que seria eu ser carregada no colo. E teriam de carregar minha cadeira também, que é motorizada e pesa 80 quilos. Ia ser complicado", avaliou.

Carol é coordenadora do grupo "Inclusivass", que tem parceria com o Coletivo Feminino Plural e luta pelo inclusão das mulheres portadoras de deficiências. Apesar das iniciativas de audiodescrição que vem aumentando ano a ano no evento, Carol reclamou que ela devia se estender a todas as sessões e não apenas a algumas. Ela teve de descrever os outros curtas para o seu companheiro, Helio Passos, que é cego e lhe acompanhava na cidade.

Carol também se queixou dos banheiros do Palácio dos Festivais, de difícil acesso para cadeirantes. Na sessão de debates dos curtas gaúchos, Helio levantou a questão de não apenas se falar sobre da acessibilidade, mas de as equipes também contratarem profissionais portadores de necessidades especiais.

A secretária municipal de Turismo de Gramado, Rosa Helena Volk, explica que o Cine Embaixador-Palácio dos Festivais é uma Sociedade Anônima da qual a prefeitura é acionista e admite o problema. Mas vem com boas notícias. Assim que o festival terminar, terá início o processo de revitalização do cinema, que levará em conta todas as questões de acessibilidade, com reforma dos quatro banheiros e dos camarins. E salientou que há banheiros e acesso ao Museu de Cinema, inaugurado recentemente, pela galeria ao lado do Palácio.

Já o acesso ao palco, ela ressalta que foi iniciativa da organização do festival. "Durante o ano, como o local funciona como cinema, normalmente não se sobe lá", observou. Dentre as iniciativas de inclusão, também merece nota as sessões com audiodescrição ao vivo do curta "Memória da Pedra" e "El Mate", ocorrida na quarta-feira, no Palácio dos Festivais.  Foi a primeira vez que o curta-metragem que abre a noite esteve acessível ao público cego ou com baixa visão.

A produção de acessibilidade foi da Ovni Acessibilidade Universal, com apoio da Fadergs e da Agade. "Nosso trabalho no Festival começou em 2012, com o longa 'Colegas' e continuou nas edições seguintes", explicou Mimi Aragón, da Ovni. Ela comemora que a cada ano vem aumentando a participação dos portadores de necessidades especiais entre a plateia, inclusive com ônibus fretados levando pessoas de outras cidades até Gramado. "Não avançamos tudo o que poderíamos, mas estamos somando esforços", concluiu Mimi.

Também foi possível debater inclusão e acessibilidade em um encontro, realizado também na quarta-feira, na Sociedade Recreio Gramadense, com a Mesa "Cinema, Inclusão e Acessibilidade". As atividades complementaram uma programação paralela que contou ainda com a exibição de “Cromossomo 21”, de Alex Duarte. O longa-metragem conta a história de Vitória, uma jovem com Síndrome de Down que vive um romance com o sonhador Afonso, um garoto sem a síndrome. E a sessão contou com uma plateia de espectadores também com Síndrome de Down, que passaram com alegria pelo tapete vermelho.



Acesse AQUI o texto online