Grupo de participantes do encontro. |
Mulheres com deficiência estabelecem demandas a serem levadas às conferências futuras
A fim de garantir espaço e representatividade para as mulheres com deficiência nas conferências de políticas públicas para as mulheres municipais, estaduais e nacional, o Grupo Inclusivass promoveu a 1ª Conferência Livre das Mulheres com Deficiência, no dia 6 de agosto. O encontro reuniu cerca de 40 pessoas na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (ALRS), em Porto Alegre, para debater as políticas públicas e o acesso à informação e para levantar as principais demandas das mulheres com deficiência.
O Grupo Inclusivass nasceu do interesse em criar um espaço propício à construção, pela perspectiva de gênero, das mulheres com deficiência enquanto ativistas e para pressionar os movimentos de mulheres a incorporar a sua agenda entre as prioridades. Durante o evento, a coordenadora do grupo, Carol Santos, defendeu a importância do respeito à diversidade e da segmentação nas discussões dos movimentos de mulheres. “Não podemos falar de políticas públicas para as mulheres se não incluirmos todas”, disse Carol.
No mês em que completa o primeiro ano de existência, o coletivo conquista reconhecimento com a inserção da conferência livre na agenda de encontros do segmento e pela atenção de importantes entidades à pauta levantada. Compunham a mesa, mulheres com deficiência motora, visual, auditiva e com déficit cognitivo. Estavam presentes, também, a presidenta da Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Comdim), Vera Daisy Barcelos, representantes da Federação de Mulheres Gaúchas, da Secretaria da Segurança Pública e de diversos movimentos de mulheres e de pessoas com deficiência, o deputado federal Edegar Pretto, deputado estadual Adão Villaverde e a vereadora Séfora Mota.
Antes de abrir para o debate, a integrante da comissão organizadora da Conferência Estadual e dirigente da Rede Feminista de Saúde e Direitos Reprodutivos, Télia Negrão, destacou a importância de espaços livres para o fortalecimento de quem irá participar das discussões futuras. “Quando olho os eixos das conferências estadual e nacional, a impressão que dá é de que o espaço das mulheres com deficiências e de outros grupos não está contido”, lamentou Télia. No entanto, salientou, essa construção é um processo, que tem na Conferência Livre das Mulheres com Deficiência um passo importante.
Tendo em mãos aquela que servirá de norte à luta das mulheres com deficiência - a Carta da Mulher com Deficiência do Rio Grande do Sul, lançada este ano, as participantes salientaram a necessidade de dedicar-se fortemente, em um primeiro momento, ao combate à violência contra a mulher e atenção à saúde, com a criação e divulgação de número acessível na Rede Lilás (item 4) e com o levantamento de dados sobre violência contra as mulheres com deficiência junto aos juizados especializados (item 5). Mais necessidades foram enumeradas pelas participantes, como o atendimento prioritário à mulher com deficiência em exames ginecológicos, a ampliação da áudio-descrição na TV aberta (trazendo maior acesso a informação), dentre outras.
Houve um debate aberto e todas as propostas relevantes foram captadas e passarão a integrar um documento a ser levado às conferências realizadas em diferentes âmbitos. Para isso, a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Comdim), Vera Daisy Barcelos, convidou todas a somarem às demais reuniões do movimento de mulheres e a participarem da consolidação do Plano Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres.
A integrante do Inclusivass, Vitória Bernardes, avisou: “como aconteceu com o movimento das mulheres negras, chegou a nossa vez de aparecer”.
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