Foto de Telia Negrão. |
Por Patrícia Miranda
A integrante da Comissão Estadual das Políticas Públicas para as Mulheres, Télia Negrão, foi a palestrante da manhã da II Conferência Municipal de Política para as Mulheres de Cachoeira do Sul. A cientista política e jornalista e ainda coordenadora do Coletivo Feminino Plural, ela é uma das principais referências na área em nível nacional. Télia lembrou a trajetória das três primeiras conferências nacionais e a longa caminhada de construção das políticas públicas para mulheres. Segundo ela, desde 1982 este trabalho vem sendo feito, quando começaram a ser oferecidas delegacias especializadas para mulheres e também casas de acolhimento. “Na época não tínhamos ideia de que estes direitos deveriam ser um conjunto maior e com financiamento próprio. Hoje conhecemos a importância do financiamento para as políticas públicas. No caso das mulheres, este investimento beneficia a metade da população do Brasil”, enfatizou.
Télia ressaltou que as conferências são o caminho para a construção do processo democrático e que as demandas levantadas nos encontros têm a proposta de mudar a vida das mulheres. Ela disse ainda que ao destacar durante a conferência municipal a ativista social do Movimento Negro, Maria Eloá dos Santos, e a ex-vereadora Júlia Tavares, que faleceram recentemente, o luta delas estava também sendo reconhecida. “Quando lembramos das mulheres que construíram a nossa história damos visibilidade a quem historicamente era ocultada. Vivemos em uma sociedade patriarcal em que é difícil para as mulheres conquistarem a autonomia e a liberdade”, salientou.
Em sua fala, Télia destacou ainda que as conferências já não tem mais a missão de apontar as políticas públicas prioritárias para as mulheres, pois isso já foi feito nas anteriores. O desafio agora é debater o que realmente foi implementado, as que não foram, o papel do movimento de mulheres, o empoderamento político das mulheres, entre outros.
FEMINICÍDIO – Télia denunciou ainda que, apesar das conquistas que as mulheres já tiveram ao longo dos anos, ainda é grande o feminicídio. Ela apresentou números de registros oficiais onde, segundo ela, somente este ano no Rio Grande do Sul foram assassinadas 40 mulheres, 163 sofreram tentativa de homicídio e 274 foram vítimas de estupro.
Fonte:http://cachoeiradosul.rs.gov.br/