quarta-feira, 8 de abril de 2015

Almanaque D’Elas leva o feminismo para o dia a dia de brasileiras e brasileiros




Homens e mulheres lotaram o auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina, na noite da última segunda-feira (30/03) para tratar de gênero: da igualdade de direitos, dos direitos humanos.

A noite de lançamento das publicações do Instituto de Estudos de Gênero (IEG) e da Rede Feminista foi aberta com a mesa ‘Políticas Públicas de Gênero no Governo Dilma’, com Sônia Malheiros Miguel, assessora especial da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM/PR).

A assessora assinalou que todos os temas inerentes aos direitos da mulher estão ligados à laicidade do Estado. Conforme Sônia, a “Pátria Educadora” proposta pela presidenta Dilma Rousseff coloca a educação como questão central para refletir sobre os valores considerados tradicionais. Ela destacou ainda o papel do feminismo acadêmico para promover o que chamou de “tensão positiva”. “Nesse momento estamos numa encruzilhada no Brasil. Precisamos desse papel reflexivo”, declarou em relação ao fundamentalismo que refloresce no Congresso Nacional.



Sheila Sabag, presidenta do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher de Santa Catarina (CEDIM/SC) e Conselheira Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM), falou sobre a importância da exteriorização do conhecimento acadêmico para travar as grandes lutas atuais pelos direitos reprodutivos e sexuais das mulheres.

Sheila, que também é representante da Rede Feminista, explicou que o desafio das organizações de controle social é levar as políticas públicas aos municípios mais remotos do país. “De que forma vamos dialogar com esses novos feminismos? Se perdemos espaço, podemos viabilizar novos. Trabalhamos para que as pautas sobre saúde integral da mulher, direitos sexuais e reprodutivos cheguem às comunidades. É o objetivo, por exemplo, do projeto da Rede Feminista “De Conversa em Conversa Avançamos”, afirmou.

Lançamento do Almanaque



Ao término das discussões, Clair Castilhos, secretaria executiva da Rede Feminista, apresentou ao público a publicação “Almanaque D’Elas”. Segundo ela, o almanaque busca quebrar tabus e conceitos antigos que afastam mulheres e homens do movimento em busca de igualdade. “Ao final da leitura, é bem possível que as pessoas cheguem a essa conclusão: “Ah! então sou feminista!”, afirmou Clair.

A publicação será distribuída para as 12 regionais que formam a Rede Nacional Feminista de Saúde – Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Goiás, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo, Santa Catarina e Distrito Federal. Este é desdobramento do projeto “Feminismo em Gestão”, promovido pela Rede Feminista, em parceria com a Casa da Mulher Catarina e com o Fundo Elas.

O conteúdo do Almanaque Feminista é semelhante ao de qualquer outro, com textos, tiras, curiosidades, imagens – conteúdo diverso, abordado com leveza e direcionado ao feminismo. “Com uma abordagem mais popular sobre temas relacionados ao feminismo e à questão de gênero, buscamos atingir o maior número de pessoas, de uma de maneira mais informal e objetiva”, explica a secretaria executiva.

“Em ciências humanas a gente tem que ter a capacidade de se revoltar com essa desigualdade e opressão dos homens sobre as mulheres” afirmou Eveline Pena da Silva, estudante do Programa de Doutorado Interdisciplinar em Ciências Humanas.



Antes mesmo de ler o almanaque, o sindicalista e poeta Dinovaldo Gilioli já se declarou feminista. “As mulheres precisam se apropriar mais deste conceito, porque sem querer ainda reproduzem o machismo. Todas as conquistas que as mulheres tiveram se devem à luta do feminismo no mundo. Ainda assim, elas não ocupam o devido espaço na família, no trabalho e na sociedade como um todo. Por isso, o movimento é tão importante”, assinalou.

dino
Fonte:http://redesaude.org.br/