sexta-feira, 27 de maio de 2016

Manifesto do Grupo Inclusivass contra a cultura do estupro

                                   
Descrição: sobre fundo preto, uma mancha ovalada em azul com um desenho de uma mulher de joelhos, nua, com a mão direita no rosto e a esquerda entre as pernas. Ao lado, a frase: Estrupo (em letras vermelhas) é CRIME! A culpa (em letras brancas) NUNCA (em vermelho) é da vítima! (em branco)

Nós, mulheres do Grupo Inclusivass, viemos por meio deste manifesto prestar nossa solidariedade e apoio à vítima do estupro coletivo ocorrido na última quarta-feira. Circulou nas redes sociais no dia seguinte um vídeo que mostrava a vítima desacordada. 

Esta jovem foi estuprada por mais de 30 homens e teve seu corpo violado e exposto publicamente.

Repudiamos qualquer tipo de violência de contra as mulheres e não aceitamos que este e outros tantos casos de estupro sejam tratados com naturalidade e objetivação ao corpo da mulher, vivemos em uma sociedade que culpabiliza e descredibiliza a vitima e o que estamos vendo é um advogado culpar esta jovem e a constranger com perguntas inadequadas, não podemos esquecer que esta jovem foi vitima de uma barbárie e precisa ter seus culpados responsabilizados por tal crime que é considerado pela justiça um crime hediondo e que feri todos os direitos das mulheres.

Nós defendemos seu direito de acesso à Justiça com imparcialidade e humanidade, dando a ela o direito de ser atendida por uma delegada e não permitindo que ela sofra mais nenhuma violência.

Não aceitamos que a cultura do estupro permaneça em propagandas, pornografias, piadas, novelas, filmes, cantadas nas ruas, passada de mão. Todas estas práticas partem da desigualdade entre gêneros onde nós, mulheres, temos nossos direitos violados por agressores diariamente pelo fato de sermos mulheres.

Quantas vitimas ainda terão que sofrer em silêncio e quantas sequer têm condições físicas de denunciarem os seus agressores?

Precisamos ter o direito de usar saia curta, andar sozinhas na rua, ter uma vida ativa ou não sexualmente, precisamos ter o direito de liberdade e não vivermos aprisionada ao machismo de todos os dias que mata, fere e violenta.

Estamos vivendo tempos difíceis, onde estamos retrocedendo em nossos nossos direitos, e esta violência nos mostra isso. Mas permaneceremos em luta.

                                   Não à  cultura do estupro, à violência, ao sexismo e à misoginia.

"Sejamos livres e detentoras de nossos direitos."

TODAS SÃO TODAS


Grupo Inclusivass