terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Dia Mundial das Doenças Raras- Encontro em Porto Alegre.


Fernanda Vicari que é integrante do grupo Inclusivass na tarde desta segunda-feira participou da divulgação do encontro do Dia Mundial das Doenças Raras que acontecerá neste sábado em Porto Alegre, ao lado de outras companheiras  juntas fizeram a divulgação do encontro e entregaram panfletos para chamar á atenção da população sobre esta doença.
As doenças raras caracterizam-se, habitualmente, por serem crônicas, progressivas e apresentarem diversidade de causas e sintomas. Uma mesma doença pode manifestar uma multiplicidade de sintomas clínicos de uma pessoa para a outra.
Além disso, há ampla diversidade de subtipos da mesma doença que pode acometer as capacidades físicas, habilidades mentais, comportamento e capacidades sensoriais. As doenças raras também variam muito em termos de gravidade e a expectativa de vida dessas pessoas é significativamente reduzida. Algumas são causa de morte ao nascimento, enquanto outras são compatíveis com uma vida normal, se diagnosticadas a tempo e adequadamente tratadas.
E é nesse viés que torna-se tão difícil a vida e tratamento para uma pessoa com doença rara no Brasil, devido ao não acesso a um diagnóstico precoce que minimizaria em muitos casos, sequelas das doenças. O diagnóstico e tratamento em muitos casos chega tardiamente nas famílias, e por vezes, essas doenças levam pacientes a um quadro grave, o que não precisaria acontecer precocemente, se as políticas públicas de saúde fossem efetivadas.
Falando um pouco do Dia Mundial das Doenças Raras, que é celebrado no Brasil desde 2009, no dia 29 de fevereiro, dia também raro, e em anos que não são bissextos, a data é comemorada em 28 de fevereiro, é quando reúnem-se entidades, ONG’s, médicos, profissionais da saúde, governo e imprensa para sensibilizar a comunidade e a população em geral com relação a dificuldade do diagnóstico e tratamento das destas doenças.
Dia 28 de fevereiro é comemorado, ou utilizado para enfatizar mundialmente as doenças raras. No mundo todo, hoje elas são mias de 6.000 doenças catalogadas. Para uma doença ser considerada rara, ela deve afetar uma pessoa a cada 2.000, ou menos de 5 para cada 10.000 pessoas, segundo os padrões europeus, os mesmos utilizados no Brasil.
Falando um pouco sobre mim, sou Fernanda Vicari, Assistente Social no Projeto Rumo Norte e na Associação Legato (Inclusão através da Arte), ambos tem como público alvo pessoas com deficiência, e a questão de identificação só contribui para o bom andamento do meu trabalho nos dois espaços.
Também participo da AGADIM – Associação Gaucha de Distrofia Muscular. Vivo e convivo com a Distrofia Muscular Fascio Escápulo Umeral, patologia considerada uma doença grave, devido a sua incidência que é de 1 para cada 20.000 pessoas.
Comigo a história não é diferente da contada por muitas outras pessoas com Distrofia Muscular, pois a doença foi diagnosticada tardiamente. Devido a grande insistência de minha mãe e percepção das professoras na Pré-escola, que percebiam que de alguma forma eu era diferente de meus colegas.
Nesta longa jornada por médicos e hospitais, passaram-se mais de 5 anos, quando finalmente em 1991, então com 10 anos, diagnosticaram uma Miopatia, ou seja, doença muscular degenerativa. Esse foi o prognóstico da Médica para uma mãe e criança de 10 anos “ela é progressiva e pode ser que um dia tu chegue a usar uma cadeira de rodas”. Infelizmente essa fala não é muito diferente da já ouvida por muitos amigos e conhecidos meus que tem alguma doença grave, pois além de termos que lidar com a falta de recursos na área da saúde, existe uma insensibilidade dos médicos ao nos falarem do diagnóstico. Ressalto que, para toda regra há uma exceção.
Falei um pouco da minha história enquanto paciente sem assistência, e deixo claro essa situação de descaso, pois um dos principais fatores de nos unirmos enquanto associação AGADIM e nos unirmos a AFAG – Associação de Familiares e amigos dos Portadores de Doenças Graves, é nos mobilizarmos e ocuparmos os espaços que nos cabem por Direito, que são os Fóruns de discussão, Conselhos Gestores, para unidos, pressionarmos o Poder Público para a efetivação da Política de Saúde a nível Municipal, Estadual e Federal.
Fernanda Vicari dos Santos.

Na foto vemos o grupo de mulheres com o fôlder do encontro.
Foto:Deise Zanin

Descrição do convite:

Convite:
Dia Mundial das Doenças Raras
DIA-A-DIA DE MÃOS DADAS
QUANDO? 28 DE FEVEREIRO DE 2015 DAS 09H00 AS 17H00 
ONDE?
NO AUDITÓRIO DANTE BARONE, NA ASSEMBLÉIA DO RIO GRANDE DO SUL. PRAÇA MARECHAL DEODORO, 101
O QUE?
SERÁ REALIZADO UM SEMINÁRIO ENVOLVENDO PACIENTES, FAMILIARES, CUIDADORES MÉDICOS E O PODER PÚBLICO OS ASSUNTOS SERÃO DEBATIDOS POR MESAS REDONDAS DURANTE TODO O DIA.
ESPERAMOS A SUA PRESENÇA, DIVULGUE PARA SEUS AMIGOS!

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Violência de Gênero.Por: Carolina Santos


Texto escrito: Carolina Santos.

Desde a idade Média as mulheres se tornaram um objeto perante aos homens  sua principal função era respeitar e obedecer seu marido, além de vitimas das inquisições e de acusações de bruxarias por serem responsáveis dos cuidados aos doentes e pelo uso da plantas.
Brutalmente essas mulheres eram condenadas á fogueira e queimadas viva, já outras mulheres entregaram-se a vida religiosa marcando assim a influência da igreja Medieval.
Mesmos anos mais tarde não contentes com as desigualdades sofridas por elas perante os homens e fora da Declaração dos Direitos do Homens e Cidadão, uma revolucionista Olympe de Gouges insatisfeita com a situação  resolveu reagir aos Direitos da Mulher e Cidadã resultando em sua condenação a guilhotina.
Este foi um marco na idade média, logo depois a mulher conquistou seu direito a emancipação e seu espaço na sociedade, tendo  direito ao voto, direito ao trabalho em empresas mesmo sofrendo com as desigualdades salariais, na politica e na mundo ciêntifico lá estavam elas ganhando seus espaços.

Hoje em pleno século XXI vivemos em uma sociedade que ainda vê a mulher com um objeto e pouco avançamos,  sofremos por outros tipos de violência, homens se sentem donos, matam, batem e agem de uma forma viu e cruel, além de sermos vistas ainda como as donas de casa que cuidam dos filhos enquanto o pai é o provedor da família, somos atualmente vitimas de nossos comportamentos rodeadas de esteriótipos.
A mulher passou  ser vítima de vários tipos de violência, lutando constantemente para seu direito de igualdade de gênero, ser mulher é algo que nos diferi dos homens e carregamos com a gente um passado tão presente as vezes que temos que provar a todo momento que somos sim capazes de avançar e temos os  mesmos direitos e deveres.

Esta desigualdade é fruto de uma sociedade denominante machista que esta presente nas leis e nos costumes dando a entender um falso poder aos homens.
A mulher é a maior  vitima de  violência de gênero. De acordo com as estatísticas, em 95% dos casos de violência contra a mulher, o homem é o agressor.
Sabemos que já avançamos mas a muito por se fazer, temos que mudar  a cultura machista ensinando nossos filhos o direito de igualdade entre homens e mulheres, mostrar pra eles o que até ontem era algo indiscutível.
A limitação da violência doméstica e familiar contra a mulher se dá pela própria gravidade do tema e sua visão social.
Ao lermos uma noticia ou vermos uma matéria nos deparemos com o aumento destes índices, mesmo com o avanço em leis e direitos das mulheres estamos no retrocesso do atraso da sociedade,precisamos melhorar a cultura machista pois ela reflete diretamente a nós mulheres, a mídia com suas propagandas, novelas e filmes propagam as nós mulheres o descaso de gênero, já no governo avançamo pouco quando o caso é política de igualdade e poucos cargos são chefiados por mulheres sendo a maioria deles ocupados por homens e assim permanecemos no passado onde somente os homens obtiam total poder.
A violência de gênero produz e reproduz, por sua vez, relações de poder onde estão as categorias de gênero, raça/etnia, religião e classe.
Sim nós mulheres continuamos escravas das imposições religiosas que ferem os direitos das mulheres, somos mutiladas, sujeitas as culturas que muitas vezes punem e condenam nos levando aos maus tratos das submissões, em muitas culturas o homem pode ter várias mulheres, mas a esposa deve ser fiel ou é castigada perante a sociedade.
Apesar das lutas das feministas serem árduas em torno das questões relacionadas as mulheres. Nunca se falou e nem pesquisou tanto em relação a violência e mulher.
As leis que nos protegem estão  avançando, a própria Lei Maria da Penha que foi criada através do história de vida real de uma mulher que era vítima de uma violência brutal cometida contra ela por seu próprio marido e foi assim que esta lei foi criada para proteger nós mulheres contra os agressores ou qualquer tipo de violência cometida contra nós..
A muito a se fazer mas já estamos trilhando no caminho da igualdade.

"Sejamos autoras das mudanças,
 Sejamos autoras da igualdade,
 Sejamos autoras da LIBERDADE."

Uma em cada duas mulheres com deficiência é vítima de violência de gênero.


Vemos dois simbolos a da pessoa com deficiência e o do sexo feminino.


SIC noticias

Sergio Perez

Uma em cada duas mulheres com deficiência é vítima de violência de género, incluindo abusos sexuais, revela um estudo do Observatório da Deficiência e Direitos Humanos (ODDH). Os investigadores defendem que a educação sexual é "absolutamente necessária", opinião partilhada por quem tem deficiência.

Os dados fazem parte do relatório "Monitorização dos Direitos Humanos das Pessoas com Deficiência em Portugal", do ODDH, que teve por base 60 entrevistas a pessoas com deficiência, com idades entre os 12 e os 70 anos. Uma das autoras do relatório adiantou à Lusa que foram entrevistadas 31 mulheres e raparigas com deficiência, com idades a partir dos 12 anos.

"Recolhemos 16 casos de incidência de violência entre estas 31 mulheres, o que nos parece realmente muito elevado e denota de facto um fenómeno de violência de género a ocorrer também na população com deficiência", apontou Paula Campos Pinto.

Segundo a investigadora, em causa estão casos de violência física, psicológica e abusos sexuais, assim como "tudo o que possa causar danos e sofrimento" à vítima.

O estudo não discriminou números em relação a cada tipo de violência, mas Paula Campos Pinto adiantou que, no decorrer da investigação, encontraram várias situações de abuso sexual ocorridas no seio da família, quer com parceiros, "quer mesmo entre irmãos".

"O facto de as mulheres e raparigas com deficiência terem menos acesso à escolaridade, à formação, o facto de terem menos acesso aos apoios sociais existentes, tudo isto causa maior vulnerabilidade nas mulheres, deixando-as mais desprotegidas a estes atos de violência", explicou a investigadora.

Uma vulnerabilidade ainda maior quando em causa estão mulheres com deficiência intelectual, já que são quem tem mais dificuldade em reconhecer atos de violência e "distinguir entre o que é, em termos sexuais, um ato que é consentido e outro que é abusivo".

Por outro lado, apontou, são mais vulneráveis "também pela dificuldade que às vezes têm de aceder a apoios, à justiça, serem ouvidas e serem acreditadas nos seus testemunhos, nas suas reclamações".

A investigadora não tem dúvidas de que a amostra do estudo reflete uma realidade maior, já que se trata de um fenómeno pouco conhecido, defendendo que "há um problema grave" e que é "absolutamente imprescindível" que as pessoas com deficiência tenham acesso a uma educação sexual.

A opinião é partilhada por Jacinto Nunes, utente da Cooperativa de Educação e Reabilitação de Cidadãos com Incapacidades (CERCI) de Oeiras, para quem as pessoas com deficiência devem ter acesso a uma educação sexual inclusiva.

Em conversa com a Lusa, defendeu que "as pessoas deficientes têm direito a amar", mas que isso "é muito complicado", exigindo, por isso, que haja uma lei que permita às pessoas com deficiência casar ou ter filhos.

"O sexo não é igual para todos, porque as pessoas com deficiência são mais reservadas e têm mais dificuldades em fazer sexo. Gostava que as pessoas deficientes tivessem uma casa onde pudessem fazer sexo", defendeu Jacinto Nunes.

A sexualidade das pessoas com deficiência ainda é um assunto tabu, mas Paula Campos Pinto lembra que o preconceito e o estigma só agravam a situação de vulnerabilidade.

"A educação sexual parece-me absolutamente necessária, mas temos como sociedade evitado isso, porque o assunto ainda constitui tabu, mas é preciso ultrapassá-lo rapidamente", defendeu.

Lusa
Fonte:http://www.lerparaver.com/

Mulher, violência e deficiência

Imagem mostra a sombra de um cadeirante e uma pessoa ao seu lado.

Por: Alexandra Meneses Andrade

Quando nos propomos falar da violência nos enfrentamos com um velho problema e, entretanto, pouco refletido, especialmente em nossas comunidades de fé.
A violência é uma situação complexa, em qualquer cenário que se manifeste: familiar, social, mundial. Ao falarmos de violência contra as mulheres e neste caso particular, aquela violência dirigida contra as mulheres deficientes. Precisamos refletir a verdadeira dimensão e as implicações pessoais e sociais deste problema mundial.
Provavelmente, falar de cifras e percentuais de pessoas com deficiência no mundo pode resultar algo retórico, porém queremos insistir em mencionar tais dados, pois essas taxas e índices são altamente significativos nos países em desenvolvimento. Aproximadamente 650 milhões de pessoas no mundo têm alguma deficiência, dentre as quais 250 milhões são mulheres. É assombroso que sendo esta uma cifra tão alta permaneça invisível.
Quando tratamos das mulheres com deficiência temos um panorama desolador, pois se historicamente todas as mulheres foram discriminadas e marginalizadas, este grupo enfrenta uma múltipla discriminação: mulher, pobre, indígena ou negra, analfabeta, mãe solteira, deficiente. Nesta situação, pensar em uma vida digna, plena e abundante, como diz o Evangelho, se torna uma tarefa que requer um grande compromisso com nosso próximo e de uma fé renovada na utopia do Reino de Deus.

Inimigos ocultos

Várias são as causas que podemos enumerar quando falamos de mulher, violência e deficiência. Muitas delas são difíceis de detectar, pois subjazem como inimigos ocultos. A hiper-proteção em vários contextos, familiares e escolares, que terminam por gerar maior dependência emocional, afetiva, física, relativa às pessoas que se encarregam do cuidado e proteção. Aparentemente, não existiria nada mal na hiperproteção, especialmente se existem razões justificadoras, porém tal hiperproteção traz como consequências vários (d)efeitos: produz baixa auto-estima na pessoa deficiente; autopercepção prejudicada; pobre ou escassa educação, o que traz como consequência a dependência econômica. Esses fatores conjugados fazem com que a mulher deficiente se perceba como “sem valor, inútil, socialmente não aceita”. Pois, ela não cumpre com os estereótipos e normas estéticas definidos culturalmente, valorizados pela publicidade e interiorizados como socialmente desejáveis.

A autoimagem se vê como não valorizada ou questionada pela família e pelos amigos, desde que surge a deficiência, devido a percepção que se tem da deficiência. A autoimagem de uma pessoa com deficiência é prejudicada e se configura em um modelo do feio, o não-estético, o não-desejável, pois as mulheres com deficiência não se encaixam nos moldes tradicionais da beleza e do consumo.

A baixa condição social e econômica das mulheres com deficiência pode ser tanto uma causa como o efeito da violência (a que são submetidas). O acesso limitado aos sistemas educacionais, que tem as pessoas com deficiência, se agrava ainda mais quando falamos das mulheres que têm deficiência. As famílias e as sociedades avaliam que não é necessário investir economicamente neste grupo humano (das mulheres deficientes) porque não seria gerado um benefício rentável útil, senão que geraria um custo social. Por conseguinte, o índice de analfabetismo das mulheres com deficiência é mais alto que aquele entre os homens com deficiência.

É fácil imaginar que ante a falta de preparação adequada, o acesso a um trabalho digno e as possibilidades de melhorar suas condições de vida e saúde são muito escassos. Desta forma, permanece o círculo vicioso da pobreza, que esteve presente para as pessoas com deficiência como grupo social. Até mesmo, uma mulher com deficiência que conseguiu concluir seus estudos universitários, terá grande dificuldade em exercer sua profissão e encontrar um posto de trabalho que valorize e reconheça seu conhecimento, capacidade e desempenho. Ao que parece a sociedade encurrala, marginaliza e desqualifica a essas pessoas, deixando-as e em situação de exploração permanente.

Todo este contexto de falta de segurança e vulnerabilidade, dependência física, emocional e econômica, baixa autoestima, auto conceito de imperfeição e feiúra, configuram o espaço no qual a violência encontra todas as condições para se multiplicar e desenvolver.

Deficiência e mitos

Segundo D. Sobsey, *** a explicação dos motivos, para a tendência generalizada aos maltratos contra as mulheres com deficiência, está fundada em vários mitos. Primeiramente, as mulheres com deficiência são retratadas como seres em estado vegetativo e, por conseguinte, são de uma qualidade inferior como membros da sociedade. Qualquer violação e abuso que se exerça contra elas, na mente do agressor ou violador, não tem que ser considerado como se o delito tivesse sido cometido contra pessoas normais.

O segundo mito é o da mercadoria estragada. A pessoa com deficiência é considerada como uma mercadoria defeituosa, portanto sua vida não vale a pena ser vivida ou respeitada. Este raciocínio pode ser estimado por um violador ou agressor sexual no momento de escolher sua vítima, como algo que diminui o grau de seu sentimento de culpabilidade.

Outro mito é o da insensibilidade à dor. Muitas pessoas com deficiência mental e emocional são descritas como insensíveis ao sofrimento. Assim, o agressor e violador pode crer que, considerando que tais pessoas tem um entendimento menor da realidade que vivem também sentem menos. Entretanto, existem pesquisas que demonstram que as pessoas com qualquer deficiência sofrem maior trauma emocional em consequência de situações de abuso, em comparação às pessoas sem deficiência que sejam vítimas de abuso.

Há, também, o mito da ameaça da deficiência. As pessoas com deficiência física, mental ou sensorial são vistas como perigosas e como uma ameaça à sociedade.

Finalmente, há o mito da incapacidade de defender-se. esta é uma percepção da vulnerabilidade das pessoas com deficiência. Esta perspectiva é usada pelo agressor, além de ser algo que seria derivado da imagem débil da pessoa com deficiência, uma imagem vitimizada que a sociedade promove dessas pessoas.

Esta breve descrição dos mitos, conceitos e preconceitos que existem ao redor do tema e da condição da deficiência nos desafia como sociedade e como igrejas. A sociedade, ainda que de forma lenta, está dando passos na direção da inclusão, acessibilidade, oportunidades e visibilização das mulheres e homens com deficiência. A igreja como referente de justiça, solidariedade e amor está chamada a se converter numa comunidade inclusiva. Afinal, não deveria nela haver acepção de pessoas. A igreja deveria propiciar e facilitar espaço para que todas as pessoas se sentissem acolhidas, salvas (e curadas), dignas e convocadas a ser parte de sua missão. O Evangelho nos pede, nem mais, nem menos, que seguir o exemplo do Mestre, quem sem pena, nem vergonha, foi capaz de ter atos de amor, concretos, em favor das pequenas e dos pequenos, entre os quais havia pessoas deficientes.

A violência na qual vivem as mulheres deficientes tem efeito devastador em suas vidas: o medo, o silêncio, a perda de esperança, de valor próprio, de autonomia. Por isto, é necessário que, como igrejas, comecemos a desvelar este problema que existe em nossa sociedade e a nos tornarmos conscientes que é nosso papel atuar para superar este preconceito, como aquelas e aqueles chamados a ser sal e luz.

Promover debates em torno do tema em nossas congregações, criar programas de prevenção ao abuso sexual, abrir os espaços para reabilitação e tratamento às mulheres deficientes (e não apenas essas) que sofreram violência sexual, discipular as famílias que têm familiares com deficiência sobre a mudança de atitude para promover a autoestima, a autonomia, as formas de detectar o perigo e a violência sexual, a independência, o desenvolvimento de habilidades sociais. Não se pode esquecer, também, que a hiperproteção torna os deficientes mais vulneráveis.

É necessário entender que todas e todos podemos fazer algo. Em primeiro lugar, sair da lamentação que imobiliza e acomoda. Devemos passar a jogar um papel muito importante, envolvendo-nos nas atividades dos centros de cuidado, terapia, reabilitação, educação das mulheres com deficiência, com o fito de termos controle cidadão (civil) efetivo, que monitore os serviços, exigindo que sejam éticos e responsáveis, livres de todo ato de violência.

Este é um problema que nos incumbe a todas e todos, nos desafia a nos posicionar de forma clara e definida, como discípulos de Cristo, a fim de alcançar que este grupo social, de pessoas historicamente marginalizadas e esquecidas, encontre nas igrejas espaços de graça, amor e aceitação.

Alexandra Meneses Andrade **

* Artigo publicado originalmente em “Signos de Vida.” Nº59, agosto de 2011. Pág.16-19.

Fonte:www.koinonia.org

Defensoria tenta reverter decisão de esterilizar mulher com deficiência

Desenho ilustra uma mulher gravida e um homem ao lado dela.
A matéria é antiga mas traz uma boa reflexão sobre os direitos reprodutivos das mulheres com deficiência.

Moradora de Amparo (SP), de 27 anos, teve a realização de laqueadura determinada pela Justiça em 2004, por ser pobre e ter retardamento mental moderado; ela se submeteu a tratamento contraceptivo para evitar a cirurgia, mas agora deseja engravidar

A Defensoria Pública tenta reverter uma decisão judicial que determinou a realização de laqueadura em uma mulher de 27 anos, sem filhos, moradora de Amparo, no interior paulista. A sentença, de 2004, da juíza Daniela Faria Romano, veio após uma ação protetiva do Ministério Público Estadual, que levou em consideração o perfil socioeconômico e o fato de a mulher sofrer retardamento mental moderado para pedir a esterilização. Atualmente, ela tem namorado fixo. E sempre manifestou o desejo de, um dia, ser mãe.

Desde que foi alvo da decisão judicial, a mulher se submeteu a um tratamento contraceptivo, tomando injeções c usando um dispositivo intrauterino (DIU) para evitar a gravidez. Foi a forma encontrada para evitar a cirurgia. O DIU venceu no ano passado e a paciente se recusou a substituí-lo, por temer que seja feita a laqueadura durante o procedimento.

Diante da recusa da paciente em substituir o DIU, a juíza Fabiola Brito do Amaral, que cuida atualmente do caso, determinou em outubro que fosse cumprida a sentença de 2004. A laqueadura estava prevista para o dia 21 de dezembro, mas a mulher não foi encontrada, porque se escondeu em outra cidade, por temer que a encontrassem e fizessem a cirurgia que a impediria de se tornar mãe. Uma nova data será marcada para o procedimento.

Em 2004, não houve recurso e a decisão já transitou em julgado, dificultando qualquer manobra jurídica para contestá-la. Mesmo assim, a Defensoria Pública considerou absurda a sentença e apontou que ela contraria a Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência, da Organização das Nações Unidas (ONU).

"Ela é capaz segundo a lei e, mesmo que não fosse, os incapazes têm direito às escolhas existenciais de suas vidas. A esterilização sem critério não encontra fundamento. Na realidade, faz relembrar medidas drásticas de épocas não democráticas. Esterilização por pobreza ou por deficiência mental moderada não deve acontecer. Desrespeita a lei do planejamento familiar", disse a coordenadora assistente do Núcleo de Direitos Humanos, Daniela Skromov.

A defensora pretende acionar a Justiça em Amparo formalmente, por meio de uma petição, na tentativa de reverter a decisão que, na prática, condenou a mulher à esterilidade. "Isso ofende a dignidade da pessoa, ainda mais por ela não ter um filho e manifestar o claro desejo de algum dia tê-lo. Ter filho não é privilégio dos normais, senão se parte para a eugenia."

No decorrer do processo, a mulher demonstrou angústia, ansiedade e medo de passar pela esterilização, contra a qual se manifestou todas as vezes em que foi questionada pela Justiça. Ainda em 2004, ela disse que "mais para a frente", quando arrumasse um "namorado bom", pretendia ter um filho. Também afirmou que não era "uma cachorra para ser castrada". Parentes da mulher afirmaram que ela sempre teve uma disposição natural para cuidar de crianças.

Justiça. Promotor que responde atualmente pelo caso, Rafael Belucci afirmou que precisa saber em que circunstância se deu a decisão na época e que não tinha os detalhes do processo no momento. "Existem novos documentos que foram juntados pela equipe de saúde do município que vão ser analisados para saber da real necessidade da aplicação dessa medida."

O Tribunal de Justiça de São Paulo informou que as magistradas responsáveis pelo caso estão legalmente impedidas de se manifestar, pelo fato de o processo "tratar dc interesse de incapaz e de dignidade humana, com trâmite em segredo de Justiça". Segundo o TJ, a magistrada que assumiu o processo atualmente "está apenas procurando cumprira decisão judicial com trânsito em julgado referente à proteção da incapaz".

Resolução da ONU

O artigo 23 da Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência define que eles devem ter conservada "a sua fertilidade em igualdade de condições com as demais pessoas" e decidir "livre e responsavelmente sobre o número de filhos". (O Estado de S. Paulo)

Fonte:http://amp-mg.jusbrasil.com.br/

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Praia Acessível Para Todos 2015 - ONG Caminhadores

logo do projeto com as informações.


O projeto “Praia Acessível Para Todos” foi lançado em janeiro de 2010, na praia de Tramandaí com a intenção de oferecer equipamentos e tecnologia para que pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida possam usufruir da praia e do banho de mar com segurança e dignidade.
Nos finais de semana temos uma equipe de voluntários para auxiliar no banho assistido em praia de mar, lagoa e em cachoeiras em nosso estado. .
As cadeiras anfíbias são construídas em liga de alumínio aeronáutico temperado com um tipo de pneu em nylon com propulsão manual. Caracteriza-se basicamente com uma cadeira conduzida por acompanhante e permitido o deslocamento em qualquer ambiente, além de não afundar dentro da água. Devido à sua altura, é possível o usuário entrar na água em uma profundidade não perigosa e com facilidade na transferência para a cadeira, que possui braços escamoteáveis.
A ONG Caminhadores RS, já realizou esse projeto nas seguintes praias: Tramandaí, Pinhal, Porto Alegre e Barra do Ribeiro. O projeto Praia Acessível é totalmente gratuito.
Neste ano temos uma novidade, pois como só temos duas cadeiras anfibias, estamos abrindo a possibilidade de recebermos a doação de cadeiras anfíbias com a logomarca de patrocinadores nas costas de cada cadeira. Essa foi uma idéia de um dos nossos usuário do projeto, e também uma forma de aumentar o numero de cadeiras consequentemente possibilitando que mais pessoas possam curtir a praia ao mesmo tempo.
Não queremos dinheiro, e sim que cada simpatizante das nossas ações da ONG Caminhadores possa colaborar voluntariamente com o nosso projeto “Praia Acessível Para Todos”.
Mais informações: 5551.84644301
caminhadoresrs@gmail.com




Inclusivass- avaliação do ano de 2014


Avaliação do Grupo Inclusivass - em 2014


1) Pequeno histórico: o grupo Inclusivas surge de uma articulação propiciada pelo 1º Seminário Mulheres com Deficiência e Políticas Públicas, realizado em março de 2014 em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, quando, ao final, as ativistas e lideranças decidem buscar formas autônomas de construir e implementar sua agenda.
Para colaborar com esse objetivo, a ONG Coletivo Feminino Plural decide apoiar o trabalho do grupo, participando ativamente dos debates, reuniões, encontros, agenda política e institucional, na perspectiva de auxiliar no empoderamento e defender os direitos humanos e a cidadania dessas mulheres. Convida Carol Santos para coordenar esta frente de trabalho.
Durante todo o ano de 2014 este núcleo de trabalho se manteve ativo, fortalecendo identidades em articulação com o movimento de mulheres e de pessoas com deficiência em geral.
Para o ano de 2015 o grupo busca seu fortalecimento e consolidação de uma agenda.


2) Ações desenvolvidas:

a) Seminário das Mulheres com Deficiência e Politicas Públicas – em parceria com Faders e CFP – março 2014
Produtos: Elaboração da Carta das Mulheres com Deficiência e uma articulação entre as mulheres

b) Oficina das Mulheres com Deficiência na CCMQ, em agosto de 2014
Resultados: reformulação da Carta e a definição de entrega
Criação do grupo denominado INCLUSIVASS, a ser composto por mulheres com deficiência e ativistas de direitos da mulher
Criação do Blog das Inclusivass, FanPage
Criação do grupo denominado Inclusivass do blog

c) Entrega da Carta ao governador Tarso Genro e Sec. Politicas para Mulheres Ariane Leitão pelo Grupo Inclusivass em 3 de dezembro de 2014 (dia da Pessoa com Deficiência)

d) Ações de comunicação:

- Entrevistas para o Programa Cidadania da TVE, com Carolina Santos e Fernanda Vicari; reportagem no Jornal do Comércio sobre o tema;

- Elaboração de artigo para o Relatório Lilás da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, por Carolina Santos.

e) Participação na Reunião Diálogos sobre a CEDAW com leitura da Carta, resultando em convite para as Inclusivas integrarem o consórcio nacional.
f) Encontro de Fim de Ano na casa de Carolina para confraternização, avaliação das ações e planejamento.

3) Planejamento (resultante das reflexões de fim de ano)

a) Fortalecer o caráter autônomo do grupo, com iniciativas independentes de governos.
b) Construir um novo seminário para divulgar a agenda e fortalecer a luta das mulheres com deficiência – aprofundamento político, teórico e conceitual.
c) Realizar uma audiência pública na Assembleia Legislativa - preparar denúncias, pedidos de providência ao MP e outros órgãos, sugerir projetos de lei e medidas concretas.
d) Lançar o folder das Inclusivass, com o apoio do Coletivo Feminino Plural.
e) Elaborar projetos de busca de fundos para consolidação do grupo.
f) Como ampliar o grupo, como uma reflexão permanente.

Como Conseguir Próteses e Aparelhos Ortopédicos Pelo INSS

Foto: © Matheus TagéImagem mostra o balção do INSS com seus funcionários e beneficiários sendo atendidos.

Você sabia que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é obrigado a fornecer perna mecânica, braço mecânico, cadeiras de rodas, muletas e outros tipos de próteses, órteses e demais aparelhos ortopédicos para os segurados e dependentes? A maioria desconhece o próprio direito. E o que é pior: a própria cúpula do INSS também. Isso não é novo e está na Lei nº 8.213/91, nos artigos 89 e 90, bem como no Decreto nº 3048/99. A Lei de Benefícios da Previdência Social e o Regulamento da Previdência Social preveem que o benefício é devido em caráter obrigatório, inclusive aos aposentados e para habilitá-los ou reabilitá-los não apenas profissionalmente, mas também socialmente.

Recentemente, a Justiça de Franca, no interior paulista, condenou o INSS a fornecer uma perna mecânica para um segurado do INSS, que sofreu um acidente de trabalho (veja a notícia). Muitos que ingressam na Justiça para obtenção de próteses ou órteses, ao invés de solicitarem ao INSS, pedem para o Sistema Único de Saúde (SUS), cuja rede rede pública é gerida pelo Município, Estado e/ou União.

Ressalta-se que além dos benefícios pagos em dinheiro, o INSS também é obrigado a prestar alguns tipos de serviços para os segurados e seus dependentes. Um desses serviços é a habilitação e a reabilitação profissional, que consiste numa espécie de (re) inserção profissional e social dos segurados e seus dependentes, vitimados por alguma lesão ou sequela. E dentro dessa linha de serviços está o fornecimento de próteses e órteses.
Abre-se um parêntese para diferenciar a prótese da órtese. A prótese substitui uma parte do corpo por uma peça artificial. Ex.: perna mecânica, braço mecânico etc. Segundo os dicionários, órtese é um apoio ou dispositivo externo aplicado ao corpo para modificar os aspectos funcionais ou estruturais do sistema neuromusculoesquelético para obtenção de alguma vantagem mecânica ou ortopédica. São aparelhos ou dispositivos ortopédicos de uso provisório ou não, destinados a alinhar, prevenir ou corrigir deformidades ou melhorar a função das partes móveis do corpo. São exemplos de órteses: muletas, andadores, cadeiras de rodas, palmilha ortopédica, tutores, joelheiras, coletes, munhequeiras etc. Observa-se, portanto, que a principal diferença entre uma órtese e uma prótese reside no fato da órtese não substituir o orgão ou membro incapacitado.

Quem Pode Requerer

Para pedir a prótese ou órtese ao INSS é necessário que a pessoa seja segurado, isto é, contribuinte da Previdência Social através do chamado “Regime Geral da Previdência Social” (RGPS) ou estar acobertado por ela, o que exclui os servidores públicos estatutários de qualquer esfera (municipal, estadual ou federal), tendo me vista que estes contribuem para os chamados “Regimes Próprios” da Previdência Social (RPPS), geridos em geral pelos respectivos órgãos. Os dependente de segurados do RGPS, bem como os aposentados e pensionistas também têm direito. Além disso, precisa comprovar mediante laudos e/ou relatórios médicos em perícia a necessidade da prótese/órtese.

Infelizmente, a solicitação não pode ser feita por agendamento eletrônico pelo PREVFone (discando 135) ou pelo site da Previdência Social, já que o sistema informatizado do INSS não dispõe dessa opção. Terá que ser feito pessoalmente nas agências. Todavia, embora o pedido possa ser realizado diretamente em qualquer agência do INSS, o cidadão vai se assustar, pois os órgãos diretores da Previdência desconhecem essa possibilidade. Certamente, isso só será possível através de uma ação na Justiça. Em caso de dúvidas, deve-se procurar a ajuda de um especialista.


Fonte: Portal GCN.Net | Via Tiago Faggioni Bachur (Colaboração de Fabrício Barcelos Vieira, advogados e professores de Direito Previdenciário).

Referência: Blog da Desenvolver

Padrões da Beleza. Por: Carolina Santos

Duas fotos ilustram uma mulher nua com seu corpo todo pontilhado e ela com a boneca Barbie na mão.
Fui Lá e Arrasei!

Assim foi a frase da candidata a Garota Verão que mesmo sabendo que estava fora dos pradões de beleza se inscrevei em um concurso onde padrão é tudo para concorrer ao titulo disputado por muitas garotas no RS, corajosa e com muita atitude foi lá e quebrou os padrões de beleza mostrando que toda mulher tem sua beleza própria.

Quando nascemos já viemos ao mundo rodeadas de esteriótipos que nos cercam durante nossa vida,
somos conduzidas a acreditar que temos que estar sempre perfeitas, com o corpo em dia, que temos que ser bonitas para termos um bom emprego, e que dependemos destes padrões de beleza para amar e sermos amadas, assim definimos esta cultura da beleza onde a mídia atua profundamente nestes padrões nos dando a entender que somos escravas de nossa própria beleza, sim escravas de produtos de milagrosos e assim nos mulheres construímos em nossas mentes uma imagem de corpo e rosto que não são reais e sim impostos por industrias de beleza, mas quem ganha com isso?
Quem ganha com isso são as empresas que faturam alto por ano com produtos cada vez mais avançados e ganhando adeptas por todo mundo.
Temos que sermos mulheres perfeitinhas aos olhos da sociedade ou até mesmos sermos uma Barbie, uma boneca que trás consigo estes esteriótipos desde que somos criança, corpo perfeito, tudo perfeito, não podemos envelhecer se não saímos dos padrões, ser jovem é questa de beleza e em muitas vezes exigem muitos sacrifícios, desencadeando ao longo de nossas vidas outros transtornos como a depressão, bulimia e anorexia mas porque? Por que não somos poupadas nem quando somos crianças que ao invés de brincarmos com bonecas passamos a sermos usadas em propagandas, campanhas de beleza deixando de lado o lado infância de ser.

Você que esta lendo este artigo e já é mãe quais foram as dúvidas antes de engravidar, não terei mais o mesmo corpo, ficarei gorda, meu seio cairá com certeza estas foram suas maiores dúvidas antes de serem mães e a minha também, assim como nos perguntamos como que as atrizes em pouco tempo conseguem voltar a seu corpo anterior, sabe qual a resposta, dinheiro, sim elas podem pagar babas para cuidarem dos seus filhos enquanto se dedicam a academias, personal Trainee e clinicas, muitas delas dependem destes padrões para se manterem na mídia.

Hoje com o avanço das tecnologias podemos contar com ferramentas que auxiliam quando algo não esta bem, como uma espinha, tatuagem, celulite,estrias o photoshop é um grande auxiliar nestas questões, mas fica a pergunta o que é mais importante neste mundo de beleza e mulher e ter o corpo e o rosto perfeito ou poder ser feliz com as imperfeições que a natureza nos dá ao longo de nossas vidas, será que não poderemos envelhecer, teremos que sempre sermos uma boneca.
Você já parou pra pensar como é bom ao levantar pela manhã e olhar-se no espelho e ver sua real imagem refletida nos espelho e poder se orgulhar do que vê sem brigar com ele.

Por isso faça as pazes com ele todos os dias, só assim você estará se aceitando como é realmente.
Mas já falamos em um modo geral de beleza vamos falar um pouco das mulheres com deficiências e seus padrões de beleza.

Nós mulheres com Deficiência também vivemos estas mesmas situações, estamos rodeadas de algo mais, o próprio preconceito contra nós mulheres e o preconceito sobre a deficiência em si faz com que também sofremos por estes esteriótipos de beleza, ser mulher com deficiência pior ainda, quem vai olhar para uma mulher com deficiência se não um olhar de pena, quem vai dar emprego, quem vai amar.

Sofremos os mesmos transtornos que as demais mulheres, nós preocupamos com nosso corpo e beleza porque somos vista como assexuadas e como pessoas que tem falhas com necessidades de serem arrumadas e assim não construímos família, com esta falta de humanização faz com que muitas mulheres fiquem aos cuidados da família deixando de lado o querer viver, a depressão é um dos principais fatores nestas mulheres, o cuidado consigo mesmo fica de lado, muitas por term alguma deficiência que transforme seu corpo se acham feias vitimas da própria deficiência assumindo com elas o ser DIFERENTE na sociedade, o passo para deixar estas questões de lado é muito longo por que a sociedade nos rotulas com seu próprio preconceito e quebrar estes tabus sobre deficiência e mulher se torna algo mais dificil para quem jã tem que viver sobre olhares.

Para finalizar este texto quero lembrar que muitas mulheres perdem suas vidas durante o ano ou são mutiladas por irem em busca da  perfeição, então vale a pena repensar estas questões e ser feliz com seu corpo respeitado a sua naturalidade.
Embora não acha estatísticas que apontem estes estudos as mulheres continuam sendo são vitimas de sua própria vaidade OU NÃO?







11 livros gratuitos sobre educação inclusiva

Educação Inclusiva e ilustração da diversidade e a escola.

Todo mundo sabe a importância da educação em nossas vidas. O que é uma pessoa sem educação! O que é uma sociedade em educação! Difícil imaginar.
Mas existe um outro conceito que vem ganhando força e dedicação de uns tempos para cá: a Educação Inclusiva. Nada mais justo, afinal todos tem direito a terem acesso ao conhecimento. Pensando nisso, trazemos aqui dicas de 11 livros sobre o tema, para download gratuito.

Mas antes de tudo, você precisa sabe responder o que é Educação Inclusiva!
A Educação Inclusiva
É um processo que amplia a participação de todos os estudantes – sem distinguir condições físicas, mentais, sociais, de raça, cor ou credo – nos estabelecimentos de ensino regular. Trata-se de uma reestruturação da cultura, da prática e das políticas vivenciadas nas escolas de modo que estas respondam à diversidade dos alunos. É uma abordagem humanística, democrática, que percebe o sujeito e suas singularidades, tendo como objetivos o crescimento, a satisfação pessoal e a inserção social de todos.
De acordo com o Seminário Internacional do Consórcio da Deficiência e do Desenvolvimento (International Disability and Development Consortium – IDDC) sobre a Educação Inclusiva, um sistema educacional só pode ser considerado inclusivo quando abrange a definição ampla deste conceito, nos seguintes termos:
- Reconhece que todas as crianças podem aprender;
- Reconhece e respeita diferenças nas crianças: idade, sexo, etnia, língua, deficiência/inabilidade, classe social, estado de saúde (i.e. HIV, TB, hemofilia, Hidrocefalia ou qualquer outra condição);
- Permite que as estruturas, sistemas e metodologias de ensino atendam as necessidades de todas as crianças;
- Faz parte de uma estratégia mais abrangente de promover uma sociedade inclusiva;
- É um processo dinâmico que está em evolução constante;
- Não deve ser restrito ou limitado por salas de aula numerosas nem por falta de recursos materiais.
Você que é professor, estudante, pesquisador ou quer apenas conhecer mais sobre esse assunto tão importante para uma boa convivência acadêmica, pode fazê-lo baixando os livros gratuitamente para ler quando e onde quiser. São 11 opções, veja só:
"O PROFESSOR E A EDUCAÇÃO INCLUSIVA: FORMAÇÃO, PRÁTICAS E LUGARES" – MIRANDA, T. G.; GALVÃO FILHO, T. A. (Org.).
"PESQUISA NACIONAL DE TECNOLOGIA ASSISTIVA" – GALVÃO FILHO, T. A., GARCIA, J. C. D.
"AS TECNOLOGIAS NAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS INCLUSIVAS" – GIROTO, C. R. M.; POKER, R. B.; OMOTE, S.. (Org.).
"EDUCAÇÃO INCLUSIVA, DEFICIÊNCIA E CONTEXTO SOCIAL: QUESTÕES CONTEMPORÂNEAS" – GALVÃO, N. C. S. S.; MIRANDA, T. G.; BORDAS, M. A.; DIAZ, F (Org.).
"ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR" – PIMENTEL, S. C. (Org.).
"TECNOLOGIA ASSISTIVA" – COMITÊ DE AJUDAS TÉCNICAS/SDH/PR.
"TECNOLOGIA ASSISTIVA PARA UMA ESCOLA INCLUSIVA: APROPRIAÇÃO, DEMANDAS E PERSPECTIVAS" – GALVÃO FILHO, T. A.
"TECNOLOGÍA ASISTIVA EN ENTORNO INFORMÁTICO: RECURSOS PARA LA AUTONOMÍA E INCLUSIÓN SOCIOINFORMÁTICA DE LA PERSONA CON DISCAPACIDAD" – GALVÃO FILHO, T. A.; DAMASCENO, L. L.
"TECNOLOGIA ASSISTIVA NAS ESCOLAS: RECURSOS BÁSICOS DE ACESSIBILIDADE SÓCIO-DIGITAL PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA" – Instituto de Tecnologia Social – ITS BRASIL (Org.).
"INCLUSÃO DIGITAL E SOCIAL DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA" – GALVÃO FILHO, T. A.; HAZARD, D.; REZENDE, A. L. A.
"AMBIENTES COMPUTACIONAIS E TELEMÁTICOS NO DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS PEDAGÓGICOS COM ALUNOS COM PARALISIA CEREBRAL" – GALVÃO FILHO, T. A.
Todos os livros são gratuitos e podem te ajudar a ver o mundo de um jeito diferente.
Boa leitura!
Fonte: Inclusive

Educação sexual: precisamos falar sobre Romeo...

Foto do menino Romeo vestido de princesa.


...Iana, Roberta e Emilson. A escola trata com preconceito quem desafia as normas de papéis masculinos e femininos. A seguir, uma discussão sobre sexo, sexualidade e gênero



O pequeno Romeo Clarke, da foto acima, tem 5 anos e adora usar seus mais de 100 vestidos para as atividades do dia a dia. "Eles são fofos, bonitos e têm muito brilho", explicou ao tabloide britânico Daily Mirror. Clarke virou notícia em maio do ano passado. O projeto de contraturno que ele frequentava na cidade de Rugby, no Reino Unido, considerou as roupas impróprias. O menino ficou afastado até que decidisse - palavras da instituição - "se vestir de acordo com seu gênero".
O caso de Clarke não é único. Situações em que crianças e jovens que descumprem as regras socialmente aceitas sobre ser homem ou mulher - seja de forma intencional ou por não dominá-las - fazem parte da rotina escolar. Quando eclode o machismo, a homofobia ou o preconceito aos transgêneros, pais e professores agem rápido para pôr panos quentes e, sempre que possível, fazer de conta que nada ocorreu. "A escola, que deveria abraçar as diferenças, pode ser o ambiente mais opressivo que existe", defende Iana Mallmann, 18 anos, ativista contra a homofobia. "Muitos ainda abandonam as salas de aula por não se sentirem bem nesse espaço", completa Beto de Jesus, secretário para América Latina e Caribe da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, pessoas Trans e Intersex (Ilga, na sigla em inglês).
Paradoxalmente, quem tem ensinado a escola a agir no respeito à diversidade são os próprios estudantes. "Na contemporaneidade, multiplicaram-se os grupos, os sujeitos e os movimentos, as maneiras de se identificar com gêneros e de viver a sexualidade. Não há apenas uma forma de ser, mas tantas quantas são os seres humanos", afirma Guacira Lopes Louro, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e uma das principais referências na área de estudos de gênero. É o que mostram os corajosos depoimentos de Iana, Roberta e Emilson. Eles nos convidam a uma reflexão sobre nossas próprias ideias de masculino e feminino, hétero, homo ou bi, coisas de menino e coisas de menina. Precisamos falar sobre sexo, sexualidade e, sobretudo, gênero.

Três ideias, três conceitos

Vale desfazer a confusão entre esses conceitos. O sexo é definido biologicamente. Nascemos machos ou fêmeas, de acordo com a informação genética levada pelo espermatozoide ao óvulo. Já a sexualidade está relacionada às pessoas por quem nos sentimos atraídos. E o gênero está ligado a características atribuidas socialmente a cada sexo.
O que se sabe hoje em dia é que o dualismo heterossexual/homossexual não é capaz de abarcar as formas de desejo humanas. Os estudos sobre o tema dizem que a orientação sexual se distribui num amplo espectro entre esses dois polos. É provável que a definição sexual se dê pela interação entre fatores biológicos (predisposição genética, níveis hormonais) e ambientais (experiências ao longo da vida). Mas não há certezas. O guia Sexual Orientation, Homossexuality and Bissexuality, da Associação Americana de Psicologia, resume: "Não foram feitas, por enquanto, descobertas conclusivas sobre a determinação da sexualidade por qualquer fator em particular. O tempo de emergência, reconhecimento e expressão da orientação sexual varia entre os indivíduos".
É surpreendente notar como determinados comportamentos são mais aceitos em uma fase da história e reprimidos na seguinte. Os moradores da Grécia Antiga, por exemplo, se relacionavam com pessoas de ambos os sexos. Já na Idade Média, comportamentos que se desviassem da norma socialmente definida eram punidos com a fogueira. Hoje, não há mais chamas, mas o sofrimento assume a forma de piadas, humilhações, agressões físicas e psicológicas, exclusão. Por que ainda agimos assim? Como se construiu uma sociedade que se choca e entra em pânico ao ver um menino se vestindo de menina?
A resposta está no conceito de gênero. Ele diz respeito ao que se atribui como características típicas dos sexos masculino e feminino. Meninas precisam sentar-se de pernas fechadas, meninos podem abri-las. Meninos não podem chorar, meninas são mais sensíveis. Meninos gostam de azul, meninas preferem o rosa. Enfim, uma série de aspectos que, com o tempo, ganham força e se convertem em regras. Por quê?
Porque cada um de nós interioriza as estruturas do universo social e transforma-as em jeitos de ver o mundo que orientam nossas condutas. Diversas instâncias atuam para que essas normas sejam transmitidas dos mais velhos aos mais jovens: a família, os grupos de amigos, as religiões - e, claro, as escolas. No caso do gênero, a associação com elementos preexistentes, como tradições culturais, preceitos religiosos e costumes familiares, vai definindo quais elementos pertencem ao universo masculino ou ao feminino. Por exemplo: ao provar do fruto proibido e convencer Adão a também comê-lo, Eva teria mostrado o lado irracional e sentimental da mulher. Por isso, sedimentou-se a ideia de que ela deveria estar submissa ao homem - naturalmente, um ser racional e cerebral, como explica a pesquisadora Clarisse Ismério no artigo Construções e Representações do Universo Feminino (1920-1945). Mais exemplos: a associação de carros e motos como "coisa de macho" foi herdada da ideia vigente até o início do século 20 de que o espaço público deveria ser ocupado pelos homens, enquanto as mulheres deveriam se dedicar à vida doméstica, como faziam suas mães. Já a atribuição das cores rosa e azul, respectivamente, a meninas e meninos... Bem, essa aí parece não ter justificativa. Nenhuma surpresa: a investigação sócio-histórica revela que na gênese de muitos hábitos, costumes e regras impera a mais pura arbitrariedade

Tudo isso se complica em razão de outra característica da mentalidade moderna: a tendência de pensar por oposições. Segundo o filósofo francês Jacques Derrida (1930-2004), a lógica ocidental opera por meio de binarismos: feio/belo, puro/impuro, espírito/corpo etc. "Um termo é sempre considerado superior, e o oposto seu subordinado", explica Guacira. Assim, o homem heterossexual conquistou o lugar de maior prestígio na sociedade. Um degrau abaixo, a mulher. E na penumbra, os que não se encaixam no esquema binário: gays, lésbicas, bissexuais, travestis...
Até meados do século 20, esse discurso circulou quase sem contestações. A partir dos anos 1950, movimentos feministas, guiados pelos estudos da filósofa francesa Simone de Beauvoir (1908-1986), engrossados na década seguinte pelos hippies e outros levantes da contracultura, começaram a colocar em xeque os papéis atribuídos às mulheres na sociedade, no trabalho e na família. Seguiram-se a eles as lutas pelos direitos de homens gays, lésbicas, travestis, transexuais e assim por diante entre 1970 e os anos 2000. Atualmente, correntes contestatórias ampliam as possibilidades identitárias, defendendo que há muitos jeitos de ser homem e mulher.

Você deve estar se perguntando onde a escola entra nessa discussão. Para que ela respeite a diversidade, as formações de professores precisam abordar o assunto. É o melhor caminho para disseminar o que as pesquisas já descobriram sobre a construção dos gêneros e sua relação com o sexo e a sexualidade. Mas as iniciativas sofrem forte resistência. O caso mais notório aconteceu em 2011. Como parte do programa Brasil sem Homofobia, especialistas produziram para o governo federal cadernos com conteúdo pedagógico que colocavam o tema em discussão.




A intenção era que o material fosse distribuído a escolas de todo o país. Antes da impressão, entretanto, congressistas ligados a entidades religiosas se opuseram ao projeto. Apelidado de "kit gay", o conteúdo foi acusado de estimular "a promiscuidade e o homossexualismo" - termo em desuso por remeter a doença (hoje, fala-se em homossexualidade). A União cedeu às pressões e vetou a circulação dos cadernos. Oficialmente, não há perspectivas para que esse material saia do armário. Mas, agora, ele está disponível aqui no site NOVA ESCOLA. Leia e tire suas conclusões.
Por enquanto, episódios como o do menino Romeo seguem envoltos pela vergonha. Mesmo em casos de crianças muito pequenas, em que não há relação entre o comportamento da criança e sua sexualidade (meninos mais sensíveis ou meninas que prefiram o futebol às bonecas), o expediente-padrão é convocar os pais para uma conversa sobre o suposto problema e encontrar maneiras de "corrigi-lo". "Muitas vezes, essas crianças e jovens apanham dos pais, são proibidos de voltar às aulas ou mesmo fogem", relata Constantina Xavier, professora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). É papel da escola agir com profissionalismo. O que, nesse caso, significa tratar o tema com naturalidade e não reportá-lo aos pais. Um menino quer se vestir de princesa. Se há algum problema, é com os olhos de quem vê. Como ensina Georgina Clarke, a mãe do pequeno Romeo: "Não me importo. Faz parte de quem ele é. Se usar os vestidos faz com que ele seja feliz, então está tudo bem para mim".

1Três ideias, três conceitos
2A escola conivente com a homofobia
3O machismo que culpa a vítima
4Todos de saia contra os rótulos

Fonte: Revista Escola

Mulheres negras, deficiência e invisibilidade

Gráfico os índices de deficiência entre homens e mulheres. 

Cerca de 40% das mulheres com deficiência já sofreram violência doméstica e seus agressores estão entre as pessoas das quais elas dependem diretamente para terem cuidados básicos

Nossa cultura lida com a questão da deficiência de uma forma bastante imprecisa. São muitas as mensagens inspiracionais que parecem dizer “seja grato por ser ‘normal“, usando pessoas com deficiência como uma espécie de fetiche que trará motivação. Enquanto essa abordagem é problemática e reducionista, poucas são as pessoas que conseguem refletir sobre o tema, dessa forma questões muito urgentes são totalmente ignoradas. Afinal, o que sabemos de fato sobre o assunto?
Segundo dados do IBGE baseados no Censo 2010, 23,9% da população brasileira possui algum tipo de deficiência, seja física ou intelectual. As informações disponíveis levam à uma problematização das questões de gênero e raça que devem ser colocadas para discussão.

(IBGE)
De acordo com os dados coletados pela pesquisa, o número de pessoas com deficiência é predominante entre a população não-branca e feminina, sendo que as mulheres negras compõem a parte principal desse grupo. Além disso, o Nordeste é a região brasileira com maior prevalência, o que nos leva a uma reflexão sobre a relação que há entre gênero, deficiência, raça e pobreza. Essas informações são bastante alarmantes, uma vez que a educação e o mercado de trabalho já são extremamente inacessíveis para pessoas negras e pobres, assim como para mulheres, que recebem menos que os homens pelos mesmos trabalhos realizados. Ao somarmos as informações, nos deparamos com um quadro agudo de exclusão.
O Feminismo Negro há muito tempo vem chamando atenção para a situação de desprivilégio que as mulheres negras enfrentam em sociedade. No entanto, a necessidade de avaliar as interlocuções que a misoginia e o racismo fazem com as deficiências ainda é muito generalizada em todos os movimentos sociais. Há muito para ser discutido e o assunto pode ser assustador: cerca de 40% das mulheres com deficiência já sofreram violência doméstica e seus agressores estão entre as pessoas das quais elas dependem diretamente para terem cuidados básicos. Denunciar, para elas, pode ser uma tarefa quase impossível; se para mulheres sem deficiência já há dificuldade em quebrar o silêncio em casos de violência, quando as vítimas dependem vitalmente de seus agressores o contexto se torna ainda mais complicado. A instabilidade dessa situação resulta na necessidade urgente de promover mudanças.
Um dos motivos por que é tão difícil mudar esse quadro é que não basta responsabilizar uma entidade singular e independente pelos problemas existentes; tudo depende de como as pessoas agem em sociedade, em nossa cultura. As mulheres negras já enfrentam barreiras para conseguir um emprego ou ter acesso a educação, mas a situação fica muito mais severa quando elas possuem algum tipo de deficiência. Valores racistas e machistas se unem para reforçar ideias criminosas, como a cobrança por uma “boa aparência”. Assim, não é uma surpresa o fato de que esse grupo esteja em uma situação de vulnerabilidade e marginalização tão profunda.
Também é preciso analisar a ausência de dados a respeito das mulheres em situação de rua. O próprio modo como é feita a coleta de dados tem vários furos, já que o Censo é realizado em residências. Basta um simples exercício de observação das ruas para identificar um número preocupante de pessoas com deficiência que têm seus direitos constantemente violados. Além disso, o Censo trabalha com a autodeclaração no quesito de raça e etnia, o que leva a muitas pessoas afrodescendentes, negras ou com ascendência indígena que não se declaram como tais, mesmo que os números indiquem um aumento na identificação pessoal da população negra no Brasil.
Um assunto de tamanha complexidade carece de abordagens mais diversas e aprofundadas. É preciso falar ativamente sobre as situações de racismo e misoginia contra pessoas com deficiência. Fetichização e “pena” não geram transformações concretas e nem respeito sincero; é preciso divulgar dados, propor debates e reivindicações e buscar garantir dignidade e espaço para quem é esquecido e excluído socialmente. Entendamos de uma vez por todas que falar de “mulher” não necessariamente significa falar de todas as mulheres: muitas ainda estão esperando o momento em que serão efetivamente lembradas.
Fonte: Revista Forum

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Qual o meu espaço? Por Vitória Fernandes

A imagem ilustra do lado direito  um cadeirante a frente de uma rampa bem inclinada e o do outro lado uma rampa com vários degraus acima.
A Incluisivass Vitória Bernardes é colunista do Jornal Meu Bairro de POA e escreveu esta coluna falando um pouco de sua história de vida.

Aos 16 anos de idade, em plena tarde do dia 31/12/2001, fui ao armazém em frente à casa da minha avó. Atravessei a rua, peguei o telefone público e… seriam abraços de felicitações para 2002?! Caí no chão e percebi: era um assalto e eu havia sido baleada.

Alguns dias depois fui entendendo que não mexia pernas, nem braços. Não respirava, nem comia sozinha. Mas tudo bem, afinal estava em um hospital e sairia dali bem, curada. O tempo foi passando e a angústia de não participar do Planeta Atlântida foi aumentando, afinal era uma adolescente que se encontrava ali.

O socorro e a segurança de que as coisas, de alguma forma, dariam certo sempre vieram da minha mãe. Foi ela que buscou, encontrou e organizou minha ida à Rede Sarah, em Brasília. Saí do hospital depois de 03 meses na UTI e parti diretamente para a reabilitação. Até então tudo parecia (e eu necessitava que fosse) transitório.

Na chegada ao Sarah, e ao me deparar com inúmeras pessoas em cadeiras de rodas, percebi que minha situação era uma permanente realidade. Lá recebi informações sobre o que estava acontecendo comigo. Soube que eu havia me tornado tetraplégica e que minha lesão ficava na altura da 5ª vértebra da coluna cervical. Soube que tinha uma lesão medular aparentemente completa, já que não tinha sensibilidade alguma do ombro para baixo. Soube que não controlava meu corpo, mas que poderia (e necessitava) compreender seus novos códigos.

Foram 05 meses em ambientes hospitalares, com pessoas que passavam por dificuldades semelhantes e, também por isso, me faziam pertencer a algo. Sair do hospital foi bom, mas doloroso.

Voltei ao colégio e fui recebida com muito carinho, mas senti que aquele não era mais o meu lugar.

Sair às ruas fez eu me sentir um estorvo, afinal sempre era observada e dificilmente “permitida” a entrar onde queria.

Será que eu pertenceria a algum espaço novamente? Esta pergunta me provoca diariamente e me impulsiona a compartilhar minhas vivências através desta coluna.

Pensando e ressignificando acontecimentos, convido a todos a aproximarem a discussão sobre deficiência e inclusão à sua realidade.

Fonte:http://www.meubairropoa.com/

Passista com nanismo vira destaque da Viradouro

Foto da passista no sambódromo.

Apenas 1,23m de altura e muito rebolado e samba no pé. Passista da Viradouro há oito anos, Viviane de Assis, de 34 anos, foi a sensação da Marquês de Sapucaí no ensaio técnico da escola no dia 11. O sucesso da sambista rendeu a ela um posto de importância: neste carnaval, virá como destaque de chão.

— Está sendo tudo maravilhoso. No ensaio foi do setor 1 até a apoteose todo mundo gritando, aplaudindo. Eu viro, sambo, faço quadradinho. E isso empolga mais ainda, me dá mais fôlego, dá vontade de voltar e começar tudo de novo — conta ela, que é portadora de nanismo.
Ela virá à frente da segunda ala, que representa o povo banto — povo longilíneo, da África subsariana. Todos os componentes terão, no mínimo, 1,70m e farão uma encenação no enredo em que a escola retrata o povo negro.
Apesar do sucesso quando samba, o preconceito não fica de lado. Até hoje, Vivi, como gosta de ser chamada, precisa enfrentar olhares tortos e piadas sobre seu tamanho.

— Aonde eu entro, quem não conhece, olha diferente. Sempre tem que ri, quem debocha, cutuca o amigo. Cabe a mim sair disso. Quando eu sambo, tudo muda.
Apesar das barreiras que enfrenta, a passista lida com sua diferença com muito bom humor.

— As pessoas me chamam de pequena achando que vão me ofender. Eu? Vou ficar em depressão? Eu vivo, namoro, curto.

Apaixonada por samba, ela irá desfilar em três agremiações este ano. Além da Viradouro, sai pela Rocinha e Embaixadores da Folia. Nas ruas do Rio, ainda é rainha de bateria do bloco Senta Que Eu Te Empurro.


— Eu tenho meu gingado, tenho meu rebolado. Quando eu crescer, isso vai passar, mas por enquanto a gente aproveita — diverte-se.

Viviane desfila desde os 7 anos, quando acompanhava a mãe e um grupo do Ciep em desfiles de escolas mirins.

— Ah, já faço isso desde pequena, né... Porque, agora, eu cresci muito — brinca ela, conta como se prepara para a maratona de desfiles.


Fonte: Extra Globo

Mulher pede divórcio após marido se recusar a abandonar filho com Down

Foto do menino Leo.

Poderia ser o dia mais feliz da vida dos armenos Samuel Forrest e Ruzan Badalyan: o nascimento do pequeno Leo, em 21 de janeiro. No entanto, a criança tem síndrome de Down, o que levou a mãe a dar um ultimato: ou o casal abandonava o bebê, ou ela pediria o divórcio. A segunda opção veio em uma semana.

"Eu olhei para esse rapazinho e achei ele lindo. Ele é perfeito e eu vou ficar com ele", afirmou Forrest, à rede americana ABC. Com o filho nos braços, o pai ficou sem casa e, sem saber o que fazer, ele entrou na internet com o pedido de ajuda.
Forrest criou um perfil para que doadores enviassem dinheiro suficiente para que ele conseguisse criar o filho por um ano: US$ 60 mil, mas, até a manhã desta sexta-feira (6/2), o valor já havia chegado a US$ 190 mil, de mais de 6 mil doadores.
Na noite desta quinta-feira, Forrest agradeceu aos que participaram da campanha: "Leo é um cara de sorte por ter o apoio de milhares de amigos como vocês, pelo mundo", escreveu. Com o dinheiro, pai e filho se mudarão para a Nova Zelândia, mas apoiarão entidades especializadas na Armênia, para que mais pais deixem de abandonar os filhos.

Fonte: Correio Brasiliense

Filme ‘Louco Amor’ deixa de ser sobre a lei Maria da Penha e fala de dor e superação Leia a matéria completa em: Filme ‘Louco Amor’ deixa de ser sobre a lei Maria da Penha e fala de dor e superação

Imagem mostra a atriz Naura abraço o ator Domingos.


Estava tudo certo para o filme inspirado na história de Maria da Penha ser rodado. Até que os produtores perceberam que o tema violência doméstica englobava muito mais do que o drama vivido pela biofarmacêutica, que ganhou uma lei em seu nome, e mudaram o rumo da prosa. O nome do longa mudou, o roteiro ganhou mais força e as cenas foram construídas a partir de diferentes relatos de vítimas de agressão, mesmo depois de Maria da Penha ter negociado seus direitos de imagem.

por Patrícia Teixeira no O Dia

Com previsão de estreia para este ano, ‘Louco Amor’, de Marcos Schechtman, discute o assunto com o intuito de alertar as mulheres a fazerem a denúncia. Naura Schneider e Domingos Montagner protagonizam o casal Graça e Raul, que tem a vida arruinada após o marido começar a agredir a mulher. “Inicialmente, o filme seria sobre a Maria da Penha. Mas vimos que existiam outras histórias que iriam abranger mais o tema. A ideia é fazer um filme sobre a violência doméstica como um todo”, explica Naura, que também produz o longa.

“Se fizéssemos sobre a história da Maria da Penha, não daria para contar tantas outras coisas que achamos interessantes. Fizemos muita pesquisa e vimos que 95% das mulheres que denunciam os maridos sofrem agressões físicas, apanham diariamente. A Maria da Penha não tinha esse histórico (em 1983, seu marido, o professor colombiano Marco Antonio Heredia Viveros, tentou matá-la duas vezes. Por conta das agressões sofridas, ela ficou paraplégica). Colocando mais casos, as pessoas se sentiriam mais próximas”, salienta a atriz.

O desespero de viver sob ameaças e imposições do marido transformam a vida da personagem Graça em num verdadeiro inferno. O sentimento vai minando, as duas filhas do casal saem prejudicadas e o fim é uma tragédia anunciada. “Eles se casaram apaixonados. Mas, com o tempo, Raul começa a dar sinais de violência”, define Naura. É aí que Domingos Montagner entra em cena na pele de Raul, com cara de mau e sangue nos olhos para bater na mulher.

“Um certo dia, Graça recebe um prêmio e ele fica possesso de ciúmes quando ela é cumprimentada pelo ex. Ele quer uma mulher submissa e ela não é. Até que ele dá cinco tiros nela e depois tenta se matar”, adianta a atriz.



Elenco do filme ‘Louco Amor’, que tem Domingos Montagner, Naura Schneider e Suzana Faini, mostra entrosamento durante as filmagens Foto: Divulgação

As cenas de agressão foram feitas com muito cuidado. Entretanto, chocaram a atriz Suzana Faini, que vive Dona Marli, mãe de Graça, nas telonas. “Foi tudo feito com muita técnica, como se fizessem uma coreografia. Porque tudo tem que funcionar direito, senão, pode machucar alguém. Quando vi, jurava que eles tinham se batido mesmo. Porque ele dá uma cabeçada. Mas era tudo encenação”, esclarece Suzana. A veterana atriz ainda ressalta o apoio que as vítimas devem ter da família.

“Essa mãe que faço no cinema apoiou a filha. Na vida real, muitas não apoiam porque são machistas. Acham que os homens que estão certos e que as mulheres têm de obedecer aos maridos. Aí, essas vítimas se escondem por vergonha e medo”, acrescenta.

Com o aumento das denúncias desde a criação da Lei Maria da Penha, muitas mulheres ganharam vida nova. Naura comemora o fato de algumas conseguirem dar a volta por cima, mas alega que tantas outras não recebem o apoio do Estado após o registro na delegacia.

“A ideia do filme é fazer com que as pessoas denunciem. Se deixarem a agressão acontecer, pode acabar em tragédia, acabar com uma família. É preciso ter coragem para sair dessa relação. Hoje, as denúncias aumentaram, mas nem sempre o Estado está preparado para amparar essas vítimas. É preciso um olhar mais atento para essas mulheres”, alerta Naura.


Fonte: O dia