sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Deficiência Física.

Símbolo da pessoa com deficiência na cor rosa.


Definições
Alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções.

Fonte:
Decreto nº 3298/1999
Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes - ONU
Informações Básicas Sobre Deficiência Física

Definição
A deficiência física refere-se ao comprometimento do aparelho locomotor que compreende o sistema ósteo-articular, o sistema muscular e o sistema nervoso. As doenças ou lesões que afetam quaisquer desses sistemas, isoladamente ou em conjunto, podem produzir quadros de limitações físicas de grau e gravidade variáveis, segundo o(s) segmento(s) corporais afetados e o tipo de lesão ocorrida.

Tipos
Lesão cerebral (paralisia cerebral, hemiplegias)
Lesão medular (tetraplegias, paraplegias)
Miopatias (distrofias musculares)
Patologias degenerativas do sistema nervoso central (esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica)
Lesões nervosas periféricas
Amputações
Seqüelas de politraumatismos
Malformações congênitas
Distúrbios posturais da coluna
Seqüelas de patologias da coluna
Distúrbios dolorosos da coluna vertebral e das articulações dos membros
Artropatias
Reumatismos inflamatórios da coluna e das articulações
Lesões por esforços repetitivos (L.E.R.)
Seqüelas de queimaduras
Dados Estatísticos
A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que, em tempos de paz, 10% da população de países desenvolvidos são constituídos de pessoas com algum tipo de deficiência. Para os países em vias de desenvolvimento estima-se de 12 a 15%.

Destes, 20% seriam portadores de deficiência física. Considerando-se o total dos portadores de qualquer deficiência, apenas 2% deles recebem atendimento especializado, público ou privado. (Ministério da Saúde - Coordenação de Atenção a Grupos Especiais, 1995).

Causas
Paralisia Cerebral: por prematuridade; anóxia perinatal; desnutrição; materna; rubéola; toxoplasmose; trauma de parto; subnutrição; outras.
Hemiplegias: por acidente vascular cerebral; aneurisma cerebral; tumor cerebral e outras.
Lesão medular: por ferimento por arma de fogo; ferimento por arma branca; acidentes de trânsito; mergulho em águas rasas. Traumatismos diretos; quedas; processos infecciosos; processos degenerativos e outros.
Amputações: causas vasculares; traumas; malformações congênitas; causas metabólicas e outras.
Mal formações congênitas: por exposição à radiação; uso de drogas; causas desconhecidas.
Artropatias: por processos inflamatórios; processos degenerativos; alterações biomecânicas; hemofilia; distúrbios metabólicos e outros.

Fatores de Risco
Violência urbana
Acidentes desportivos
Acidentes de trabalho
Tabagismo
Maus hábitos alimentares
Uso de drogas
Sedentarismo
Epidemias/ endemias
Agentes tóxicos
Falta de saneamento básico
Identificação
Observação quanto ao atraso no desenvolvimento neuropsicomotor do bebê (não firmar a cabeça, não sentar, não falar, no tempo esperado).
Atenção para perda ou alterações dos movimentos, da força muscular ou da sensibilidade para membros superiores ou membros inferiores.
Identificação de erros inatos do metabolismo.
Identificação de doenças infecto-contagiosas e crônico-degenerativas.
Controle de gestação de alto-risco.
A Identificação precoce pela família seguida de exame clínico especializado favorecem a prevenção primária e secundária e o agravamento do quadro de incapacidade.
Exames Para Ter Um Diagnóstico Correto
Barositometria (Lesados Medulares)
Avaliações Complementares por Especialidades Afins
Avaliação Isocinética
Eletroneuromiografia
Potencial Evocado
Urodinâmica
Ergoespirometria
Baropodometria
Avaliação Clínica Fisiátrica
Teste de Propriocepção - Reactor
Avaliações Complementares por Equipe Multiprofissional
Laboratório de Análise Tridimensional do Movimento
Deficiência: verdades e mitos
A luta por uma sociedade inclusiva passa pela derrubada de mitos, preconceitos e inverdades que ainda permeiam a questão da deficiência

Verdades
Deficiência não é doença;
Algumas crianças portadoras de deficiências podem necessitar escolas especiais;
As adaptações são recursos necessários para facilitar a integração dos educandos com necessidades especiais nas escolas;
Síndromes de origem genética não são contagiosas;
Deficiente mental não é louco.
Mitos
Todo surdo é mudo;
Todo cego tem tendência à música;
Deficiência é sempre fruto de herança familiar;
Existem remédios milagrosos que curam as deficiências;
As pessoas com necessidades especiais são eternas crianças;
Todo deficiente mental é dependente.
Quando você encontrar uma pessoa com deficiência

Segundo o CEDIPOD - Centro de Documentação e Informação do Portador de Deficiência e a CORDE - Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, existem algumas dicas de comportamento.
Muitas pessoas não deficientes ficam confusas quando encontram uma pessoa com deficiência. Isso é natural. Todos nós podemos nos sentir desconfortáveis diante do "diferente".
Esse desconforto diminui e até desaparece quando há convivência entre pessoas deficientes e não deficientes.
Não faça de conta que a deficiência não existe. Se você se relacionar com uma pessoa deficiente como se ela não tivesse uma deficiência, você vai estar ignorando uma característica muito importante dela. Dessa forma, você não estará se relacionando com ela, mas com outra pessoa, uma que você inventou, que não é real.
Aceite a deficiência. Ela existe e você precisa levá-la na sua devida consideração.
Não subestime as possibilidades, nem superestime as dificuldades e vice-versa.
As pessoas com deficiência têm o direito, podem e querem tomar suas próprias decisões e assumir a responsabilidade por suas escolhas.
Ter uma deficiência não faz com que uma pessoa seja melhor ou pior do que uma pessoa não deficiente.
Provavelmente, por causa da deficiência, essa pessoa pode ter dificuldade para realizar algumas atividades e, por outro lado, poderá ter extrema habilidade para fazer outras coisas. Exatamente como todo mundo.
A maioria das pessoas com deficiência não se importa de responder perguntas, principalmente aquelas feitas por crianças, a respeito da sua deficiência e como ela transforma a realização de algumas tarefas. Mas, se você não tem muita intimidade com a pessoa, evite fazer perguntas íntimas.
Quando quiser alguma informação de uma pessoa deficiente, dirija-se diretamente a ela e não a seus acompanhantes ou intérpretes.
Sempre que quiser ajudar, ofereça ajuda. Espere sua oferta ser aceita, antes de ajudar. Pergunte a forma mais adequada para fazê-lo.
Mas não se ofenda se seu oferecimento for recusado, pois nem sempre as pessoas com deficiência precisam de auxílio. Às vezes, uma determinada atividade pode ser melhor desenvolvida sem assistência.
Se você não se sentir confortável ou seguro para fazer alguma coisa solicitada por uma pessoa deficiente, sinta-se livre para recusar. Neste caso, seria conveniente procurar outra pessoa que possa ajudar.
As pessoas com deficiência são pessoas como você. Têm os mesmos direitos, os mesmos sentimentos, os mesmos receios, os mesmos sonhos.
Você não deve ter receio de fazer ou dizer alguma coisa errada. Aja com naturalidade e tudo vai dar certo.
Se ocorrer alguma situação embaraçosa, uma boa dose de delicadeza, sinceridade e bom humor nunca falha.
                   Prevenção da ocorrência de deficiências
O que é possível fazer para prevenir a ocorrência de deficiências

Antes de engravidar:
Vacine-se contra a rubéola. Na gravidez ela afeta o bebê em formação, causando malformações, como cegueira, deficiência auditiva, etc).
Procure um serviço de aconselhamento genético(principalmente quando houver casos de deficiência ou casamentos consangüíneos na família).
Faça exames para detectar doenças e verificar seu tipo sangüíneo e a presença do fator RH.
Durante a gravidez:
Consulte um médico obstetra mensalmente.
Faça exames de controle
Só tome os remédios que o médico lhe receitar.
Faça controle de pressão alta, diabetes e infecções.
Faça uma alimentação saudável e balanceada.
Não se exponha ao raio X ou outros tipos de radiação.
Evite o cigarro e as bebidas alcoólicas.
Evite contato com portadores de doenças infecciosas.
Depois do nascimento:
Exija que sejam feitos testes preventivos em seu bebê, como o APGAR por exemplo.
Tenha cuidados adequados com o bebê, proporcionando amparo afetivo e ambiente propício para seu desenvolvimento.

O que é Teste de Apgar?
Esse teste, desenvolvido pela Dra. Virginia Apgar, uma anestesiologista que o desenvolveu em 1952, pode predizer melhor a sobrevivência de um bebê do que o novo teste de alta tecnologia feito no sangue do cordão umbilical.

O Apgar se baseia em observações feitas no primeiro minuto de vida e é repetido aos 5 minutos. É preciso olhar a freqüência cardíaca, esforço respiratório, tônus muscular, reação motora e cor, que indica a quantidade de oxigênio que atinge a pele. Cada um recebe uma nota que varia de 0 a 2. Um total de 7 ou mais indica uma condição excelente. Um total de 3 ou menos indica problemas graves e alto risco de óbito.

Que exames médicos ajudam a detectar a ocorrência de deficiências?
No Estado de São Paulo, existem leis que tornam obrigatória a realização de exames para detectar a fenilcetonúria e o hipotireoidismo congênito, a credetização ( limpeza dos olhos ao nascimento ) e a vacinação (contra meningite, poliomielite e sarampo.

Em todo o Brasil, deve ser exijido do hospital o exame do pézinho, e o teste do APGAR .

O vírus da rubéola é outro dos responsáveis pelo surgimento de deficiências visuais e auditivas durante a formação dos bebês no útero materno. Por isso é importante que toda mulher entre 15 e 29 anos vacine-se.

Outros exames laboratoriais necessários para a mãe são os de urina e fezes, o da toxoplasmose e o da sífilis.

Como evitar uma gravidez de risco?
Diversos exames ajudam a prevenir a gravidez de risco, entre eles o hemograma (exame de sangue), a glicemia, a reação sorológica para sífilis, o teste de HIV (AIDS), tipagem sangüínea, urina, toxoplasmose, hepatite e fezes.

Esses exames permitem constatações importantes já que a rubéola, por exemplo, se adquirida durante o primeiro trimestre de gravidez, pode provocar má formação fetal, abortamento, deficiência visual e auditiva, microcefalia e deficiência mental. O mesmo pode acontecer no caso da mãe ter contraído sífilis e toxoplasmose.

Durante a gestação, o médico que acompanha a gestante pode se utilizar de outros exames disponíveis, como a ultra-sonografia. O histórico da gestante pode indicar uma gravidez de risco se houver casos de deficiência na família, gravidez anterior problemática e idade avançada ou precoce da mãe. Nestes casos, o casal deve procurar um serviço de estudo cromossômico para conhecer as probabilidades de possíveis anomalias no feto.

Atualmente, alguns exames ajudam a detectar a ocorrência de alterações no desenvolvimento fetal. Dentre eles, citamos o do vilo corial, a amniocentese, a cordocentese, a ecocardiografia fetal e o doppler.

São exames que permitem ao médico diagnosticar se o bebê é portador de Síndrome de Down, anomalias cromossômicas, doenças infecciosas, problemas cardíacos ou alterações da circulação sangüínea.

Como prevenir acidentes que possam acarretar deficiências?
As principais causas da deficiência no Brasil são a má nutrição de mães e filhos, as infeções, os acidentes de trânsito, os acidentes de trabalho, as anomalias congênitas e a violência. Os acidentes de trânsito ocorrem na maior parte com pessoas na faixa etária entre 20 e 35 anos. Outros tipos de acidentes também causam deficiências. Entre eles estão a queda de altura e os ferimentos por arma de fogo e arma branca.

A deficiência mental, é ao contrário do que se possa pensar, fruto do meio social que vivemos, 60% dos casos ocorrem devido a causas ambientais, enquanto que apenas 40% se devem a distúrbios genéticos hereditários. Não se tem muitos dados sobre a deficiência auditiva, sabe-se que as principais causam são: as infeções e as doenças trabalho. Com relação a deficiência visual, os dados também são incompletos, sabendo-se que as principais causas são: as infeções e os distúrbios vasculares. No Brasil, surgem 17.000 novos casos de paralisia cerebral ao ano, responsável por deficiências motoras e múltiplas.

O que é aconselhamento genético?
É o fornecimento de informações a indivíduos afetados ou familiares sobre risco de um distúrbio que pode ser genético, acerca das conseqüências dos distúrbios, da probabilidade de desenvolvê-lo ou transmiti-lo, e dos modos pelos quais ele pode ser prevenido ou atenuado.

Como auxiliar alguém que usa cadeira de rodas
· Ajuda aceita, deixe que a pessoa diga como auxiliá-la.
Não se apóie na cadeira de rodas. Ela é como uma extensão do corpo da pessoa deficiente.
· Não receie em falar as palavras “andar” ou “correr”, pois estas pessoas também usam estas palavras.
Escolha o caminho, se possível, sem barreiras arquitetônicas.
· Numa conversa demorada, sente-se de modo a ficar no mesmo nível do olhar da pessoa.
· Ao descer uma rampa inclinada demais, ou degraus, prefira o deslocamento em "marcha a ré", para evitar que a pessoa perca o equilíbrio e caia para frente.

Como auxiliar alguém que usa muletas
· Acompanhe o ritmo de seus passos.
· Tome cuidado para não esbarrar em suas muletas.
· Deixe as muletas sempre ao alcance das mãos da pessoa deficiente.

Fonte; Deficiente em Ação

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Cartilhas Importantes às Pessoas com Deficiência

Na imagem algumas das cartilhas.

Em nossas pesquisas na internet encontramos um site com algumas cartilhas informativas e que vão ajudar muito as pessoas com deficiência e á todos de um modo geral.

Acessibilidade:
Saúde:
Governo - Direitos e Leis:
Trabalho:

Educação:

Variados:

Fonte:http://www.fernandazago.com.br

PEC de Mara Gabrilli prevê aposentadoria especial para cuidadores de pessoas com deficiência

A imagem mostra as mãos uma sobre a outro em posições contrárias e entre elas escrito: Cuidando do Cuidador

Uma Proposta de Emenda à Constituição apresentada dia 12/11 na Câmara dos Deputados pretende incluir os cuidadores e atendentes pessoais de pessoas com deficiência entre os beneficiários com requisitos e critérios diferenciados para aposentadoria, tanto nos regimes próprios dos servidores públicos, quanto no regime geral de previdência social.

A PEC 433/2014 é de autoria da deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP). Para embasar o texto da proposta, a parlamentar utilizou sua própria experiência: tetraplégica há 20 anos por conta de um acidente automobilístico, ela precisa de auxílios 24 horas por dia.

“Sou a prova viva de que ninguém faz nada sozinho. Esses profissionais demonstram uma solidariedade e respeito diante das limitações alheias, representam um verdadeiro compromisso no resgate da dignidade humana e da valorização da pessoa com deficiência. Muitos abdicam de partes importantes de suas próprias vidas, nos campos profissional, afetivo e pessoal, para poder realizar bem essa tarefa”, afirma.

A deputada enaltece o trabalho dos cuidadores. “Muitas vezes, o cuidador não tem hora nem jornada certa de trabalho, pois as necessidades das pessoas com deficiência são prementes e essenciais, muitas vezes relacionadas diretamente com as próprias funções vitais e fisiológicas”, conclui.

Uma vez aprovada a emenda à constituição, os critérios diferenciados ainda precisariam ser regulamentados através de lei complementar, da mesma forma que ocorreu com a aposentadoria da pessoa com deficiência, regulamentada em 2013 pela presidência da República.

Gabrilli também é autora de dois projetos de lei que dizem respeito aos cuidadores. O primeiro, no âmbito da previdência, institui o Serviço de Apoio Especializado para Atividades da Vida Diária, destinado a pessoas com deficiência severa ou doenças raras com grande restrição de movimentos. O segundo, no âmbito da assistência social, cria o auxílio-cuidador, a ser concedido ao segurado que necessitar de cuidador em tempo integral.

Fonte: Site Mara Gabrilli

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Agenda dos 16 Dias de Ativismo pelo fim da violência contra as mulheres em Porto Alegre.



Atividades de Mobilização em Porto Alegre 

15/11 – Manhã – Roda de Conversa sobre o corpo como território de direitos - Ponto de Cultura Corpo Arte e Expressão – Esplanada da Restinga – Coletivo Feminino Plural, Rede Feminista de Saúde, Ile Mulher, Ong Cirandar, Frente de Mulheres do Hop Hop, artistas e entidades populares e culturais da Restinga. 

Tarde – Estupradores Não Passarão – Ato autônomo chamado pelo Coletivo de Mulheres da UFRGS.

18/11 – Seminário Internacional sobre o Tráfico de Mulheres – Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas do RS - Participação do Consórcio Nacional de Monitoramento à Cedaw – Ação Permanente do Movimento de Mulheres.

21/11 - (10h - 19h) Reunião Nacional: Trabalhadoras Domésticas, Construindo Igualdade no Brasil e  Lançamento do Livro "Libertas entre Sobrados - Mulheres Negras e Trabalho Doméstico em São Paulo 1880 – 1920”, de Lorena Telles, no Museu de Direitos Humanos do Mercosul, Praça da Alfândega, com apoio e parceria de Fundo Elas, Contracs, CUT e Onu Mulheres. 


 Abertura da Jornada 16 Dias

*23/11– 10 horas – Parque da Redenção – Ato Unitário do movimento feminista – Preparação da Marcha das Mulheres Negras – depoimentos – cultura – arte. Coletivo Feminino Plural, Rede Feminista de Saúde, Ilê Mulher, Ong Cirandar, Frente de Mulheres do Hop Hop, artistas.

*25/11 – Meio Dia – Ação de Visibilidade no Centro – Movimento de Mulheres. 


18 horas – Concentração e Vigília pelas mulheres mortas – Esquina Democrática - Levante Popular da Juventude, Marcha Mundial de Mulheres, MTD, Rede Feminista.

*1º de Dezembro, Dia Mundial de Combate à Aids – 13h30 -  Seminário Estratégias Integradas Contra o HIV e a Violência Contra a Mulher – Projeto Conexões – Promoção: Coletivo Feminino Plural, Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da AL, Secretaria Estadual da Saúde, Secretarias Municipais de Saúde de Canoas, Viamão e Porto Alegre, Rede Feminista de Saúde e Campanha Mulheres Não esperam. Local: Sala Adão Pretto da AL/RS. Fone 32215298
2 a 5/12- Capacitação sobre gênero e saúde mental - Projeto Girassóis - Enfatiza a violência sexual e o sofrimento psíquico das mulheres – Convidada Maria José Araújo – Coletivo Feminino Plural, Rede Feminista de Saúde e Prefeitura de Canoas. Sindicato dos Metalúrgicos. Fone 32215298

Dia 5/12 - 14h - apresentação do vídeo "Arte da Loucura", documentário de Karine Emerich, Mirela Kruel, com o apoio da Secretaria de Cultura do Estado do Rio Grande do Sul, da Região Friuli Venezia Giulia, na Capacitação do Projeto Girassóis. Sindicato dos Metalúrgicos, Canoas. 


4/12– Oficina - As mulheres no Carnaval construindo a Marcha das Mulheres Negras 2015 - Fortalecendo os 16 dias de ativismo contra o racismo, a violência e o machismo. Das 17h30 às 19h. Sempre Mulher e Sindicato dos Jornalistas Profissionais do RS - Rua dos Andradas, 1270 - 13º andar. Fone: 51 3344-9591 ou 3340-5808.

5/12 - Gênero e Direitos: Debatendo as respostas judiciais à Violência contra Mulheres - THEMIS com a participação das Promotoras Legais Populares, integrantes do Poder Judiciário, professores e estudantes de Direito. 

6/12 – Seminário sobre Violência Contra as Mulheres no Trabalho – Fecosul/RS.

Homens pelo Fim da Violência Contra as Mulheres – Frente Parlamentar dos Homens pelo Fim da Violência Contra a Mulher – Massa Crítica.

9/12 – 14 h - Apresentação e debate sobre a Pesquisa “Por ser menina”, CEP Rua, Coletivo Feminino Plural, movimento pelo Fim da Violência e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

18 h - Palestra de apresentação do curso "Gênero Raça/Etnia na Mídia: promovendo a autonomia e enfrentando a violência contra a mulher, por uma comunicação pública e plural" - SPM/RS e Sindicato dos Jornalistas do RS- Rua dos Andradas,1270 - 13º andar - Fone: 3228-8146; 3226-1735   

10/12 – 10 h - Posse do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Porto Alegre. Salão Nobre da Prefeitura.

13h – Seminário A efetivação da rede especializada  para as mulheres em Canoas. Coordenadoria de Políticas para as Mulheres de Canoas e Coletivo Feminino Plural, parceria com Comdim/Canoas.

Divulgação da Carta das Mulheres com Deficiência – Grupo Inclusivass – Porto Alegre.


PÓS JORNADA DOS 16 dias 


12/12 – Diálogos Políticos – Monitoramento da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação da Mulher – Tráfico de Mulheres, Saúde e Direitos sexuais e Direitos Reprodutivos – 10 horas - Consórcio Nacional de Monitoramento à Cedaw – Ação Permanente do Movimento de Mulheres. Rede Feminista de Saúde, Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre a Mulher e Gênero da UFRGS, Cladem/Brasil e Coletivo Feminino Plural. Redes e articulações nacionais.

Programação articulada a partir da Regional da Rede Feminista de Saúde e Comdim/POA, com a participação do Fórum Municipal da Mulher, entidades e coletivos (poderão ocorrer alterações). 

16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres

16 DIAS DE ATIVISMO PELO FIM DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER.
Dizemos não á violência de gênero e todo tipo de discriminação, racismo, sexismo e lesbofobia.
Apoiamos a marcha das mulheres negras.
A carta das mulheres com deficiência
Queremos o fim da feminização da Aids
Nós mulheres com deficiências estamos participando pela primeira vez da agenda dos 16 dias de ativismo contra a violência de gênero e estaremos marcando presença neste encontro e nos demais.

Desde 1991 se desenvolve internacionalmente a Campanha dos 16 Dias de Ativismo Contra a Violência de Gênero, uma iniciativa do Instituto pela Liderança Global das Mulheres (Women´s Global Leadership Institute).

O seu objetivo é estabelecer um elo simbólico entre violência de gênero e direitos humanos, enfatizando que a violência contra a mulher é uma violação aos direitos humanos. Como marcos deste elo, estão as datas de 25 de novembro – Dia Internacional contra a Violência de Gênero – e 10 de dezembro – Dia Internacional dos Direitos Humanos.

No Brasil, as mulheres negras e seu ativismo amplia esse período mobilizando a data de 20 de novembro - Dia Nacional da Consciência Negra - como dia de direitos das mulheres negras. A sabedoria que constitui a comunidade brasileira e as mulheres de sua terra é diversa e almejamos que as mulheres indígenas, negras, brancas, amarelas, de todas as cores possam desenvolver sua força e ensinamentos/aprendizagens.

Em Porto Alegre, desejamos criar uma voz que ecoe e dê visibilidade a esse tema e apresentando parte da agenda de mobilização que é vasta e bastante abrangente.

Participe dessa campanha, acompanhe as ações do movimento, seja multiplicador e multiplicadora dessa pauta que é comum à toda sociedade.

No final de 2013 e no ano de 2014 presenciamos inúmeros casos de violência contra as mulheres: o caso Barbara Pena, ato de violência sexual coletiva contra menina adolescente praticada por meninos jovens, na cidade de Pinhal; ato de violência sexual contra menina adolescente na Orla do Guaíba, em Porto Alegre; ato de violência sexual coletiva em Goiás, com envolvimento de vereador local e casos de violência sexual na USP são algumas delas. Esses crimes repercutem deflagram um cenário complexo da violência contra as mulheres e mostra o quanto é necessário que se fale amplamente sobre esse assunto.

Lutamos pela redução da aceitação da violência de gênero, que se expressa pela impunidade e descaso da sociedade. Vamos potencializar o processo de reversão de opiniões conservadoras que até bem pouco tempo mantinha-se omissa à violência contra as mulheres. Hoje a Lei Maria da Penha é uma das mais conhecidas do Brasil, colaborando para a visibilidade deste grave problema.

Dia 23 de novembro de 2014, em Porto Alegre, no Parque da Redenção (Monumento ao Expedicionário), a partir das 10h, vamos nos reunir e dizer que podemos criar novas paisagens de mundo, novos cenários devem ser propagados.

Pelo fim da violência contra as mulheres
Pela paz.
Evento esta no facebook:https://www.facebook.com/events/893051134046141/?fref=ts

Seminário Anual do Fórum Permanente da Politica Pública Estadual para Pessoas com Deficiência e Pessoas com Altas Habilidades no RS - Porto Alegre/RS -


A FADERS - Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência e para Pessoas com Altas Habilidades no Rio Grande do Sul convida:

Seminário Anual do Fórum Permanente da Politica Pública Estadual para Pessoas com Deficiência e Pessoas com Altas Habilidades no RS

Dia 28 de novembro de 2014
Local: Auditório do Centro Administrativo Fernando Ferrari – CAFF
Endereço: Av. Borges de Medeiros, 1501 Praia de Belas - Porto Alegre /RS

Programação

8h: Credenciamento

8h30 à 9h: Abertura Oficial

9h às 10h30min.: Plano Estadual RS sem Limite
Acessibilidade e Rede de Serviços

10h30min. às 12 horas: Apresentação dos Fóruns e das demandas de 2014

12h.: Almoço

13h30min. às 15 horas: Relatos dos municípios sedes dos Fóruns 2014

15h às 15h30min.: Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência
Implantação e Implementação de Conselhos Municipais no Rio Grande do Sul

15h30min. Às 16h30min.: Lançamento do Livro “Condições de Acesso das Pessoas com
Deficiência aos Bens Sociais do Estado do Rio Grande do Sul”

16h30min.: Encerramento

Realização:
FADERS e Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos, Estado do Rio Grande do Sul

Descrição do Convite do Seminário Anual:
Imagem do convite do Seminário Anual, em formato retangular, na cor de fundo amarela, com logotipo formado por vários círculos sobrepostos na cor laranja e posicionado a esquerda do convite, texto em azul com os dizeres Seminário Anual do Fórum Permanente da Política Pública Estadual para Pessoas com Deficiência e Pessoas com Altas Habilidades, Porto Alegre/RS. Na direita contém texto em azul com informações da data do evento, local de realização, programação, endereço eletrônico para inscrição online, telefone e ramal de contato. Do centro para a direita está o logotipo da Faders, o nome da Secretaria Estadual da Justiça e dos Direitos Humanos e o logotipo do Governo do Rio Grande do Sul.
Inscreva-se já!

Fonte:Faders

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Lei Maria da Penha em Libras

A foto mostra a interprete do vídeo.

Muitas pessoas com deficiência não tem acesso as informações de leis pela dificuldade na comunicação de recursos como audiodescrição e libras e pesquisando na internet encontrei este vídeo que explica na linguá brasileira de sinais-Libras o que é a lei Maria da Penha e como ela surgiu








Assista o vídeo abaixo:




Fonte:youtube.

Aposentadoria por Invalidez e os 25% de assistência permanente.



A Aposentadoria por Invalidez é um direito dos trabalhadores que, por doença ou acidente, forem considerados pela perícia médica da Previdência Social incapacitados para exercer suas atividades ou outro tipo de serviço que lhes garanta o sustento.

Não tem direito à aposentadoria por invalidez quem ao se filiar à Previdência Social já tiver doença ou lesão que geraria o benefício, a não ser quando a incapacidade resultar no agravamento da enfermidade.

Para ter direito ao benefício são exigidas 12 (doze) contribuições mensais, exceto na hipótese do art. 26 da Lei 8.213 de 1991, que independe decarência, ou seja, nas hipóteses de acidente de qualquer natureza, de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social, for acometido de alguma das doenças e afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e do Trabalho e da Previdência Social a cada três anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência, ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado.

O valor da Aposentadoria por Invalidez corresponde a 100% do salário de benefício. O salário de benefício dos trabalhadores inscritos até 28 de novembro de 1999 corresponderá à média dos 80% maiores salários de contribuição, corrigidos monetariamente, desde julho de 1994.

Para os inscritos a partir de 29 de novembro de 1999, o salário de benefício será a média dos 80% maiores salários de contribuição de todo o período contributivo.

O segurado especial (trabalhador rural) terá direito a um salário mínimo, se não contribuiu facultativamente.

Se o trabalhador necessitar de assistência permanente de outra pessoa, atestada pela perícia médica, o valor da aposentadoria sofrerá acréscimo de 25% sobre o valor da aposentadoria por Invalidez, a partir da data do seu pedido.

Para requerer a majoração, o beneficiário ou seu procurador/representante legal deverá comparecer diretamente na Agência da Previdência Social mantenedora do benefício para agendar a avaliação médico-pericial.



Atenção!

Quem recebe aposentadoria por invalidez deverá submeter-se à perícia médica de dois em dois anos para confirmar a permanência da incapacidade para o trabalho.

A aposentadoria deixa de ser paga quando o segurado recupera a capacidade e/ou volta ao trabalho.

Fonte;http://agencia.previdencia.gov.br/e-aps/servico/381

Benefício de Prestação Continuada - BPC - Direito das Pessoas Idosas e das Pessoas com Deficiência


É um direito garantido pela Constituição Federal de 1988 e consiste no pagamento de 01 (um) salário mínimo mensal à pessoas com 65 anos ou mais de idade e à pessoas com deficiência incapacitante para a vida independente e para o trabalho, onde em ambos os casos a renda mensal bruta familiar per capita seja inferior a um quarto do salário mínimo vigente.

O BPC também encontra amparo legal na Lei Federal 10.741, de 1º de outubro de 2003, que institui o Estatuto do Idoso. O Benefício é gerido pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) a quem compete sua gestão, acompanhamento e avaliação e, ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) a sua operacionalização. Os recursos para custeio do BPC provem do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS).

Mudanças na Lei do Benefício de Prestação Continuada - BPC - Ana Maria Machado da Costa
Recentemente foram aprovadas normas que mudaram as regras do Benefício De Prestação Continuada - BPC - (Lei 12.470, de 31.08.2011 e Decreto 7.617, de 17.11.2011).

As mudanças tiveram por propósito favorecer o ingresso da pessoa com deficiência que recebe o BPC no mercado de trabalho formal e estimular sua qualificação profissional.

Agora o BPC é suspenso (não mais cancelado) quando a pessoa com deficiência passa a trabalhar. Ao deixar o trabalho, o Beneficio voltará a ser pago. A pessoa deve apenas requerer ao INSS a retomada do pagamento do Benefício. Para voltar a receber o BPC não precisa mais fazer perícia, basta fazer o requerimento. Durante todo tempo no qual a pessoa estiver trabalhando o prazo para reavaliação bienal do benefício também será suspenso. Esse prazo só voltará a contar a partir do restabelecimento do pagamento do BPC. Com essas modificações a pessoa com deficiência e a sua família não precisam mais ter medo do trabalho com carteira assinada. Hoje a pessoa tem tranquilidade e segurança de trabalhar, pois se não der certo essa experiência ela terá condições de voltar a receber o pagamento do BPC imediatamente.

Contrato de Aprendizagem
Outra novidade importante é que agora a pessoa com deficiência que recebe o Benefício pode fazer um curso de aprendizagem profissional ganhando em torno de meio salário mínimo por mês e continuar recebendo o valor do BPC (1 salário mínimo) por um período de no máximo 2 anos. O aprendiz é contratado por uma empresa que assina sua a carteira de trabalho e tem direito a férias, 13º salário, previdência social, vale-transporte, FGTS, etc. Os cursos de aprendizagem profissional são
gratuitos e dividem-se em duas etapas: a primeira dentro de uma Escola Profissional como SENAC, SENAI, SESCOOP etc. A segunda fase é um aprendizado prático dentro da empresa que propicia um ingresso gradual no mundo do trabalho. Para entrar ser contrato como aprendiz a idade mínima é de 14 anos e não há idade máxima. Além disso, a pessoa com deficiência não precisa ler e escrever para entrar no curso de aprendizagem. As habilidades e as competências relacionadas com a profissionalização devem ser consideradas e não a escolaridade.

O BPC não é uma aposentadoria e, portanto, em caso de morte de seu titular o beneficio não é transferido para seus dependentes. O contrário acontece quando a pessoa tem carteira assinada e passa a contribuir com o sistema previdenciário. Além disso, o BPC não dá direito ao recebimento do 13º salário, férias e a outros benefícios eventualmente concedidos pelas empresas como auxílio alimentação, plano de saúde, etc. Aproveite essas mudanças. Você verá que a sua vida e a de seu filho mudará quando o ingressar no mercado de trabalho. O trabalho organiza a rotina do dia a dia, traz responsabilidade, cria um circulo de amizades e dá reconhecimento a pessoa.

Ana Maria Machado da Costa
Auditora Fiscal do Trabalho- Ministério do Trabalho e Emprego- SRTE/RS
Av. Mauá 1013 - sala 403 - Porto Alegre - Fone 51 3213.2864 - ana.costa@mte.gov.br

Núcleo Igualdade no Trabalho
Avenida Mauá, nº 1013 - sala 403
CEP 90010-110 Porto Alegre - RS
Fone: 51 3213 2864 e-mail: nit.srters@mte.gov.br

BPC NA ESCOLA - Clique aqui

Fonte;FADERS

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Mulheres com deficiência falam de desafios que enfrentam no mercado de trabalho.








As inclusivass Vitória Bernardes e Liza Cenci participaram do Colóquia da Inclusão onde puderam discutir temas voltados ao mercado de trabalho, preconceito, inclusão e violência
    Débora Fogliatto
Vitória Bernardes é psicóloga, Lizete Ceni é advogada. As duas são mães e profissionais com formação superior, mas diariamente enfrentam barreiras de locomoção, além de constrangimento e preconceito, por serem pessoas com deficiência. Lizi é amputada nas pernas e na segunda falange dos dedos, enquanto Vitória é paraplégica e não tem mobilidade dos dedos. Na última terça-feira (4), as duas participaram do Colóquio de Inclusão da 60ª Feira do Livro que abordou o tema das mulheres com deficiência no mercado de trabalho. O evento contou com tradução simultânea para Libras.

Além de debater as questões específicas ligadas ao trabalho, elas também abordaram as discriminações sofridas em geral, a violência contra mulheres com deficiência e a questão financeira para pessoas que precisam de tecnologia assistiva. “A nossa cultura é muito baseada na meritocracia. Ou seja, tu personifica as conquistas, por isso é tão importante não glamurizar, porque acaba personificando. Até porque qualquer coisa que facilite a vida da pessoa com deficiência, como rampa, programa de voz, cadeira motorizada, custa caro”, apontou Vitória.

Ela é cadeirante desde os 16 anos, quando uma bala perdida se alojou em sua cervical, fazendo-a perder o movimento das pernas e das mãos. A partir daí, conta que sentiu que sua identidade como adolescente e como mulher havia sido perdida. “A minha maior preocupação era me recuperar a tempo de ir ao Planeta Atlântida, e as pessoas diziam que eu não podia estar preocupada com isso. A mensagem que eu recebia era de que eu não podia ser adolescente, não podia ser mulher”, relatou. Foi com a faculdade, cerca de dois anos depois, que Vitória conseguiu voltar a “se identificar e se inserir”.

A psicóloga ponderou que, embora as mulheres sofram dupla opressão ao serem cadeirantes, a deficiência também afeta muito os homens, devido à cultura da virilidade. Nesse sentido, uma das pessoas que participou da conversa foi André Martins Campelo, que é cego desde os 17 anos. “Eu já trabalhava numa empresa, tinha uma responsabilidade de estar noivo e sustentar minha noiva. Quando a visão se foi, isso tudo escorreu pelas mãos. E eu vi muito isso se remontar dentro do mercado de trabalho, comecei a ser produtivamente ativo com a música”, contou, criticando as histórias de “exemplos de superação” por criarem “expectativa de super-homem ou super-mulher”.

André (E) falou do ponto de vista de um homem cego | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Mercado de trabalho

Lizi relatou, porém, que o mercado de trabalho pode ser um espaço muito hostil para as pessoas com deficiência, narrando duas situações pessoais em que isso aconteceu. Quando era estudante de Direito, ela estagiou no Tribunal de Justiça, e conta que sua coordenadora não a passava o mesmo número de processos quanto para os outros estagiários. “Sou amputada, mas trabalho tanto quanto pessoas que não tenham deficiência. Vejo a falta de reconhecimento que o empregador tem com a com deficiência, pra mim isso é um assédio, eu não vou aceitar isso”, afirmou.

Em outro caso, a advogada foi a uma entrevista de emprego, há cerca de cinco anos, e foi surpreendida pelas perguntas da psicóloga que a avaliou para o cargo administrativo em um hospital. “Ela me entrevistou e queria saber tudo da minha vida, não das minhas habilidades. Ela me perguntou como eu tive meu filho, como criei ele, e não como eu queria trabalhar”, relatou.

Os desafios começaram logo que ela saiu da faculdade e procurou um local para trabalhar que fosse acessível para ela, em cadeira de rodas. Lizi deparou-se, no entanto, com a grande maioria de escritórios com escadas, sem banheiros com portas largas o suficiente e barras de apoio para cadeirantes.

É por isso que elas consideram que as vagas reservadas para pessoas com deficiência são necessárias na nossa sociedade atual. “Se a gente analisar toda nossa história e movimentos de minorias, dos negros, mulheres, das pessoas com deficiência, comunidade LGBT, sempre vai precisar de políticas públicas específicas. Imagina alguma de vocês disputar uma vaga em que os empregadores querem que seja magra, loira, alta e de olho azul. Não é muita discriminação querer alguém dentro desse perfil?”, questionou, colocando que a mesma lógica se aplica a empregadores que discriminam pessoas com deficiência.
Na foto Lizete Ceni esta de costas mostrando na imagem um degrau e a dificuldade de acessibilidade na feira.














Mesmo na Feira do Livro, nem todos os espaços são acessíveis, com rampas para cadeirantes | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

A reserva de vagas, também chamada de cotas, determina que empresas com cem ou mais funcionários está obrigada a preencher de 2% a 5% dos seus cargos com pessoas com deficiência. Apesar de entenderem a importância da lei, as mulheres ponderaram a respeito da forma como as empresas a aplicam. “Hoje a gente percebe que (os empregadores) buscam a ‘menor deficiência’, e não determinada habilidade. Percebemos até salário diferenciado, com uma vaga específica para pessoas com deficiência ou que essas pessoas teoricamente não possam exercer”, criticou Márcia Cristina Figueiras Gonçalves, gestora de projetos sociais da ONG Desenvolver.

Vitória apontou que as conquistas de todas as minorias só foram possíveis porque em outros tempos, alguém batalhou para conseguir direitos. André concordou que a obrigação é importante nesses casos. “Essa reserva de vagas é a correção de uma distorção. Por causa dessa obrigação, estamos aqui falando sobre isso. Alguém algum dia falou ‘nós temos que contratar essa gente aí’”, observou.

Violência contra a mulher

As mulheres com deficiência são as vítimas mais frágeis da violência que atinge milhares de mulheres no país. Márcia observou que a existência de um ponto específico para esse assunto na Convenção de Direitos Humanos da ONU é um passo importante, mas que os casos de abuso continuam existindo. “Em cidades pequenas, principalmente, as mulheres surdas, mudas ou com deficiência intelectual são violadas na base do ‘ninguém vai saber, elas não vão falar’”, colocou.

Um grupo de mulheres com deficiência está começando a debater suas pautas específicas junto ao Coletivo Feminino Plural, conforme contou Lizi, onde elas vêem “índices de violência enorme”. Ela lembrou de Maria da Penha, que após sofrer tentativas de assassinato por parte de seu marido, ficou paraplégica e, mesmo após isso, continuou sofrendo abusos por parte dele.

Diálogo para compreender as diferenças

Vitória destacou a importância de se dialogar para compreender a situação das outras pessoas. “Eu não acho que todo mundo tem que ser militante, mas as pessoas que se disponibilizam para isso precisam tentar aproximar. Esse diálogo é importantíssimo, porque muitas vezes não é preconceito ou maldade. Tem gente que fica muito ansiosa pois tem medo de usar algum termo errado”, apontou, lembrando do caso da novela Amor à Vida, em que a atriz Alinne Moraes interpretou uma personagem cadeirante.
Na foto vemos os participantes do encontro.



Colóquios da inclusão acontecem todos os dias da Feira | Foto: Ramiro Furquim/Sul21

Para ela, o caso foi emblemático por trazer à tona a questão das pessoas com deficiência física e por se tratar de uma atriz conhecida e encarada como “musa” nacional. “Foi um impacto positivo,porque teve gente que enxergava uma mulher mesmo, não via a deficiência em primeiro lugar. Ela usava adaptações, aquilo se tornou acessível mesmo que não tão financeiramente, pessoas souberam que aquilo existia”, observou.

Ela também considera que é a empatia e compreensão pela situação do outro que faz toda a diferença, contando que seus amigos passaram a prestar atenção na falta de acessibilidade e rampas após ela virar cadeirante. “Qualquer transformação não podemos depender só das pessoas que sofrem discriminação por causa daquilo, é um processo que envolve toda a sociedade”, apontou.

Ao mesmo tempo, a própria pessoa que é vítima dessa discriminação pode ser sujeita de seus avanços, conforme pensa Lizi. “Nós temos que nos unir e fazer a nossa parte, ir lá militar e cobrar, eu faço o tempo todo isso. Explico para proprietários que não posso entrar nos locais porque não tem acessibilidade e que isso é segregar”, relatou.

Colóquios

Os Colóquios da Inclusão acontecem todos os dias da Feira, na Estação da Acessibilidade, entre o Margs e o Banrisul, com entrada gratuita para o público em geral. Nesta quarta-feira (5), às 14h, o tema será audiodescrição como ferramenta de acessibilidade cultural e pedagógica.
Fonte:http://www.sul21.com.br

Mulheres com deficiência e o mercado de trabalho.

Desenho do símbolo da pessoa com deficiência e ao lado escrito Emprego X Deficiêntes

Mulheres com deficiência têm maior dificuldade de inserção no mercado de trabalho do que os homens, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), divulgada nesta sexta-feira (31). A participação das pessoas sem nenhuma deficiência, com idades entre 16 a 64 anos, na população economicamente ativa é de 81,8% dos homens e 61,1% das mulheres. Se têm alguma deficiência, essa proporção cai para 56,4%, entre homens, e 43,1%, entre mulheres.

Mulheres com deficiência motora severa ou intelectual tem a menor participação na população economicamente ativa: 34,8% e 20 8%, respectivamente. As maiores participações de mulheres nessa situação foram encontradas em Palmas (54,5%), Brasília (54,1%) e Macapá (53,7%).

No Brasil, das 45,6 milhões de pessoas (23,9% da população total), que têm algum tipo de deficiência, 25,8 milhões são mulheres (26,5% da população feminina) e 19,8 milhões são homens (21,2% da população masculina). Em termos de deficiência “severa” (as que declararam ter “grande dificuldade” ou “não consegue de modo algum” enxergar, ouvir ou caminhar/subir escadas) ou deficiência mental/intelectual, foram identificadas 12,8 milhões de pessoas (6,7% da população total), sendo 7,1 milhões de mulheres (7,3% da população feminina) e 5,7 milhões de homens (6,1% da população masculina).

Com o envelhecimento da população – principalmente a feminina -, a proporção de pessoas idosas com deficiência severa é maior: 29% das mulheres com 65 anos ou mais e 24,8% dos homens na mesma faixa etária. O acesso à escola é um dos grandes desafios a ser enfrentado pelos governos. Enquanto 97% das crianças de 6 a 14 anos, sem deficiência, frequentam a escola; esse índice caiu drasticamente para as que têm deficiência motora severa (somente 67,6% dos meninos e 69,7% das meninas nessa faixa etária vão à escola).

Fonte: Diário de Pernambuco

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Notícia

Grupo de mulheres reunidas, Fernanda esta á esquerda da foto.

Mulheres com deficiência divulgam carta nos 16 Dias de Ativismo

Entre os dias 25 de Novembro (Dia Internacional de Luta pelo Fim da Violência Contra as Mulheres) e o dia 10 de Dezembro, Dia Mundial dos Direitos Humanos, acontecem os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher. Neste período, o nosso Grupo "Inclusivass" vai divulgar a Carta das Mulheres com Deficiência à sociedade e às autoridades públicas.
O grupo está integrando a Comissão Organizadora desta atividade dos 16 Dias, representado pela assistente social Fernanda Viccari, ao lado das entidades feministas e do movimento de mulheres. As reuniões ocorrem às segundas feiras, às 18 horas, no Sindicato dos Jornalistas e são chamadas pela Rede Feminista de Saúde Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos e pelo Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Porto Alegre, que está eleito mas ainda não foi empossado. O Forum de Mulheres também participa, assim como outras redes e organizações.
Decidimos estar presentes nestes espaços e discutir nossas pautas. Queremos ser vistas por sermos mulheres e não pelas nossas deficiências e contamos com a solidareidade de todas.
Além da entrega da Carta em datas que estão sendo agendadas, ocorrerá no dia 23 de Novembro um ato público no Parque da Redenção a partir das 10 horas da manhã.
No dia 1º de Dezembro, Dina mundial de Combate à Aids haverá o Seminário sobre Violência de Gênero e HIV na Assembléia Legislativa, promovido pelo Coletivo Feminino Plural.
De 2 a 5 de Dezembro, o Curso de Capacitação em Gênero e Saúde Mental, também promovido pelo Coletivo e pela Rede Feminista, em parceria com a Prefeitura de Canoas.
Muitas outras atividades estão sendo organizadas pelos movimentos e estaremos presentes sempre que possível, para tornar nossas pautas visíveis a toda a sociedade.
Quem quiser se somar às reuniões organizativas dos 16 Dias deve ir ao Sindicato dos Jornalistas, que fica na Rua dos Andradas, 1270, 13º andar, às 18 horas.